16/11/2024

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Policiais Militares procuram tratamento contra transtornos psicológicos no Piauí

Os militares tem procurado ajuda médica no CAIS

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Publicado por: Lilian Oliveira 17/04/2021, 15:09

Por Felipe Reis

Cada vez mais aumenta no Brasil o número de policiais militares que apresentam problemas relacionados à mente. Aqui no Piauí essa realidade tem gerado preocupação, tanto que existe um trabalho específico para ajudar os militares que sofrem com transtornos psicológicos.

No dia 28 de março, um policial militar atirou para cima na região do Farol da Barra, em Salvador. Segundo a Polícia Militar, o homem, que estava com o rosto pintado nas cores verde e amarelo e carregava fuzil e pistola, apresentava um quadro de “possível surto”. 

O PM, identificado como Wesley Soares Góes, de 38 anos, acabou sendo baleado depois de atirar contra os policiais do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope) que negociaram com ele por 3 horas e meia. O militar chegou a ser levado ao hospital, mas horas depois a Secretaria de Segurança Pública da Bahia informou que ele não resistiu aos ferimentos e morreu. 

A Polícia Militar da Bahia divulgou esta nota:

“A Polícia Militar lamenta profundamente o episódio que ocorreu neste domingo (28), no Farol da Barra, quando todos os esforços foram feitos por um final pacífico durante um possível surto de um PM. O Batalhão de Operações Policiais Especiais adotou protocolos de segurança e o policial militar ferido foi socorrido imediatamente pelo SAMU. A corporação tomou conhecimento ainda de um vídeo do momento em que a imprensa acompanha o fato e é interpelada por um policial militar. A instituição ressalta o respeito à liberdade de expressão e ao trabalho dos jornalistas. O fato será devidamente apurado”.

O  coronel Lindomar  Castilho, comandante da  Polícia Militar do Piauí, se posicionou  sobre o assunto e disse que a corporação disponibiliza o CAIS (Centro de Atendimento Integral a Saúde do Policial), composto por psicólogos e assistentes sociais. O CAIS cuida da saúde psíquica dos policiais militares e de seus familiares.

Com a pandemia da Covid-19 foram infectados 1.370 policiais militares. Faleceram 15 da ativa, 6 do núcleo da reserva e 19 inativos, somando um total de 40 óbitos. Isso gerou pânico em muitos militares. 

(Foto: PM-PI)

A depressão ou surtos psicóticos tem atingido vários militares com patentes de soldado a coronel. De acordo com o Diretor do CAIS, major Marcos Nascimento, as principais demandas são o alcoolismo, a depressão, ansiedade generalizada, dependência química, transtorno de pânico e até tentativa de suicídio. O apoio e tratamento é dado imediatamente ao policial militar.

Em relação ao alcoolismo o CAIS dispõe de um serviço integrado, de internação. A família do militar é fundamental no momento. Em média são trinta policiais militares sendo atendidos todos os dias no CAIS. O atendimento é feito com profissionais de saúde multidisciplinares, inclusive no interior do Estado. Os policiais militares atendidos podem ser da ativa ou da reserva. 

Quando o policial é encaminhado e avaliado pelo CAIS, a primeira iniciativa é suspender o porte de arma. A internação varia de seis a oito meses, em caso de alcoolismo. Não é em todo caso que o militar é afastado das suas atividades. 

A nossa reportagem procurou a psicóloga clínica e psicopedagoga  Rosângela Pargo. Ela afirmou que o surto psicótico é um estado de confusão mental, onde a realidade fica “desorganizada”, o que produz sociedade, agressividade, perda da noção de tempo e espaço, lápis de memória entre outros fatores. 

Foto: Arquivo pessoal

Para Rosângela Pargo a profissão de policial é uma das mais perigosas e desencadeia fatores para essa patologia. A permanente exposição do perigo, mesmo estando de folga, as questões de hierarquia, obediência, o estado de alerta permanente, problemas familiares e alcoolismo podem desenvolver distúrbios diversos. 

Grande parte dos militares não entendem a necessidade de ter um cuidado maior com a saúde mental. Para a psicóloga o aumento de uma quadro depressivo, quando não acompanhado, pode levar ao suicídio. Para os profissionais que trabalham com segurança o risco é maior. A psicologia pode ajudar minimizar os transtornos, inclusive a psiquiatria.

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