“A ferramenta para entender a morte é a racionalidade, mas ela é insuficiente”
Na pandemia do coronavírus, com um número de óbitos diários sendo relatados na mídia e a perda de pessoas próximas, o contato com a morte tornou-se mais lúcido, pois estamos aceitando que a morte faz parte da vida. As reflexões acerca deste tema foram provocadas pelo filósofo, Adelino Júnior, durante entrevista ao JT1 da Teresina FM, nesta quarta-feira (09).
Ao contextualizar a morte de três pessoas de uma família em menos de 15 dias, em decorrência da Covid, o filósofo ao discorrer sobre como a morte faz parte da vida, afirmou que quando a vida se apresenta na sua totalidade, apresenta o sofrimento que é essencial e é a melhor forma de lidar com uma perda.
“A morte é a mais espetacular professora da existência humana. Por que é difícil entender isso? Porque nós associamos a ideia de felicidade a de ideia conforto corporal. Felicidade é igual a prazer. E se eu te falar que felicidade e tristeza precisam conviver na mesma frase? Não vende, porque a nossa sociedade vendeu muito a ideia de que felicidade é a ausência de sofrimento. Isso é erro duplo. Primeiro: porque se você acredita nisso , você vai achar que pessoas mais felizes são as que não passaram por sofrimento, o que não é verdade. O segundo é: você sempre será infeliz, porque eu posso te garantir que a tristeza faz parte da sua vida”, reitera.