O Estado fica atrás apenas de Minas Gerais (1364), Pará (444), São Paulo (362) e Goiás (317)
De acordo com os dados do Observatório da Erradicação do Trabalho Escravo, o Piauí é o quinto estado do país com o maior número de trabalhadores resgatados em condições análogas à escravidão. Foram 284 pessoas resgatadas nessas condições, no período de 2016 a 2020.
O Estado fica atrás apenas de Minas Gerais (1364), Pará (444), São Paulo (362) e Goiás (317). No Piauí, Baixa Grande do Ribeiro lidera o ranking dos municípios com os maiores casos, com 54 resgates. Santa Cruz do Piauí, Esperantina e São João da Serra vêm logo em seguida com mais de 20 resgatados em cada município.
Esse quadro sofreu uma piora em razão do cenário econômico agravado pela pandemia. O Ministério Público do Trabalho no Piauí (MPT-PI) tem mapeado as atividades econômicas mais propensas a essas condições degradantes e realizado operações para coibir os casos.
Os setores econômicos em que mais houve resgatados, de 2016 a 2020,são os de produção florestal; cultivo de soja; extração de pedra, areia e argila; atividades de apoio à agricultura; e fabricação de produtos cerâmicos refratários.
As principais denúncias de trabalho escravo, de 2012 a 2019, são por jornada exaustiva; condições degradantes de trabalho; e com impossibilidade de deixar o serviço ou local.
No entanto, o procurador do Trabalho e coordenador regional de Erradicação do Trabalho Escravo (CONATRAE), Edno Moura, acredita que além de medidas de repressão, políticas públicas que evitem essa prática no Piauí e no Brasil também são necessárias, “Infelizmente, não existem políticas nesse sentido a nível federal, muito menos estadual e municipal”, disse
Para ele, a falta de políticas públicas tem como consequência esses dados alarmantes. “Precisamos de medidas que atuem na prevenção e combate desse crime, e que amparem as vítimas após o resgate delas”, pontuou.