As chuvas intensas fora de época, aliadas à antecipação do período de altas temperaturas, ilustram a recente desordem no clima
O mês de setembro foi o mais chuvoso dos últimos oito anos em Teresina. De acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), foram registrados 27,8 mm de precipitação, valor 113,8% acima da média para o período. Por outro lado, o mês anterior foi o mais quente dos últimos cinco anos, no qual não choveu um único dia.
Segundo a climatologista Sônia Feitosa, a condição rara durante o BRO-Bró deve-se ao teor de umidade vindo da região Norte do país. Em entrevista ao JT1 da Teresina FM, afirmou que as chuvas serviram para aliviar as altas temperaturas e também para diminuir as queimadas no estado, que não ultrapassaram os 100% de ocorrência em relação ao ano passado, como vinha sendo o padrão.
“De fato, nosso BRO-Bró foi antecipado em dois meses, iniciando em julho deste ano, o que se somou ao fato de o período chuvoso ter registrado índices de precipitação abaixo da média em 2020. Essa mistura ocasionou as chuvas incomuns vistas em setembro”, esclareceu.
Para Sônia, as mudanças abruptas nos padrões climáticos estão relacionadas ao fenômeno do aquecimento global. “As mudanças são inegáveis e seus efeitos muito frequentes: secas prolongadas em locais úmidos, chuvas intensas em regiões atípicas, derretimento de gelerias. Portanto, a ação humana tem interferido significativamente no clima, responsável por gerir aspectos importantes da sociedade”, alertou.
Diante da previsão de umidade em Teresina em volta de 20%, a climatologista explicou que a umidade ideal depende de vários fatores meteorológicos, tornando-se agradável em torno de 50%. Índices menores, apresentados em climas secos, requerem alguns cuidados, os quais incluem evitar exposição ao sol entre 11h e 16h, ingestão frequente de líquido (preferencialmente água) e a umidificação artificial do ambiente (com baldes de água, por exemplo).