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O julgamento teve início depois das 8h e acabou por volta das 4h desta quinta-feira
Matéria de Wanderson Camêlo (com colaboração de Eric Souza)
Mais de três anos após assassinar a ex-namorada, a jovem Iarla Lima, o ex-tenente do Exército José Ricardo da Silva Neto foi condenado a cumprir a pena de 37 anos e quatro meses em regime fechado. A decisão foi do juiz Antônio Nolleto.
O júri popular do réu aconteceu nesta quarta-feira (24), no Fórum Criminal de Teresina, e foi acompanhado de forma remota por José Ricardo, que reside atualmente em Recife (PE). A sessão teve início depois das 8h e acabou por volta das 4h desta quinta (25).
O acusado estava em liberdade desde abril de 2019, quando o Superior Tribunal de Justiça (STJ) anulou decreto de prisão preventiva do Tribunal de Justiça do Piauí (TJ-PI) e concedeu liberdade provisória a José Ricardo.
À reportagem da Teresina FM, o primo de Iarla, Jordy Mesquita, considerou que o resultado da sentença foi uma resposta a sua família, às vítimas de feminicídio e a toda a sociedade. “Estávamos apreensivos, com o coração apertado, mas a notícia da condenação nos trouxe, de certa forma, um alívio. Sensação de que a justiça foi feita e a verdade prevaleceu”, afirmou.
A estudante Iarla Lima foi vítima de feminicídio em junho de 2017, aos 24 anos de idade, pelo ex-namorado, o ex-tenente do Exército José Ricardo da Silva Neto. Na noite do dia 19 daquele mês, a jovem estava com o rapaz em um bar localizado na zona leste de Teresina; segundo a polícia, os dois começaram a discutir ainda no local e decidiram ir embora juntos, na companhia de outras duas amigas de Iarla.
Momentos depois, no banco do passageiro do carro de José Ricardo, a jovem foi assassinada a tiros de arma de fogo. O assassino chegou a atirar nas jovens que acompanhavam o casal e efetuou um disparo acidental na própria perna. As garotas, que conseguiram pular do carro, tiveram ferimentos leves, enquanto o homem foi encaminhado ao hospital para tratar a ferida e, posteriormente, ao presídio militar.
Para a mãe de Iarla, Dulcineia Lima, o julgamento proporciona uma sensação de justiça e alivia a ferida que reaparece a cada nova vítima. “Vou ao cemitério três vezes por mês, fica a 16 km da minha casa. É o único lugar em que posso ver minha filha. Espero que o assassino receba a devida lição aqui na Terra”, comentou sob forte emoção.
Familiares, colegas e amigos de Iarla se reuniram nesta quarta em frente ao Fórum para acompanharem o julgamento e contaram com o apoio de movimentos que lutam pelos direitos das mulheres, como Conselho Municipal de Defesa e Direito da Mulher (CMDM), Fórum de Mulheres Piauienses, Gênero, Mulher, Desenvolvimento e Ação para a Cidadania (GEMDAC). As entidades também cobraram mais celeridade na apreciação de casos relacionados a feminicídio no Piauí.
“Estamos aqui para apoiar todas as famílias, a fim de que o julgamento seja iniciado, a dor dos familiares aliviada e uma resposta dada à sociedade”, afirmou Cleide Holanda, presidente do CMDM.