Mãe e irmão da advogada morta a facadas no início do ano serão julgados pelo Tribunal do Júri
A Justiça do Piauí, por meio da Comarca de Pedro II, município localizado a 195 km de Teresina, determinou na última quarta-feira (24) a data do julgamento de João Pedro Mourão e Maria Nerci Mourão, acusados de assassinar a advogada Izadora Mourão, em 13 de fevereiro deste ano, com golpes de faca.
Na decisão do juiz Diego Ricardo Melo de Almeida, da 2ª Vara da comarca, a sessão plenária do Tribunal do Júri está marcada para 15 de fevereiro de 2022, dois dias após o crime completar um ano.
Os acusados são, respectivamente, irmão e mãe de Izadora. João Pedro responde por homicídio triplamente qualificado (motivo torpe, recurso que impossibilita defesa da vítima e feminicídio), enquanto Maria Nerci foi indiciada como coautora do crime.
A advogada Izadora Mourão, de 41 anos, foi encontrada morta em 13 de fevereiro com sete perfurações no pescoço. O caso aconteceu no município de Pedro II.
De acordo com o relato dos familiares à polícia, a primeira suspeita seria uma vendedora chamada Maria, que teria entrado na casa e se dirigido até o quarto da vítima. A mulher teria sido, nesta versão, a última pessoa a ter contato com Izadora.
Porém, os investigadores descartaram a possibilidade por acreditarem que a história teria sido inventada apenas para atrapalhar as investigações.
Logo depois surgiu outro suspeito, João Paulo Mourão, irmão da advogada, que foi preso dois dias após o crime. Policiais encontraram em seu quarto roupas sujas de sangue e a faca utilizada para matar a vítima.
O coordenador do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), delegado Francisco Costa, mais conhecido como Barêtta, afirmou em entrevista à Teresina FM que o assassinato de Izadora foi motivado por herança familiar de terrenos e propriedades, avaliada em R$ 4 milhões, deixada pelo falecido pai.
Segundo Barêtta, o estopim para a premeditação do crime foi a venda de um terreno no valor de R$ 150 mil. A princípio, Izadora não quis receber sua parte dessa quantia, mas depois mudou de ideia.
“Ela passou a reivindicar sua parte, e eles começaram a dizer que ela não tinha direito a nada. A vítima então ameaçou entrar com uma ação, para que fosse feito um inventário, onde um juiz determinasse o que lhe cabia. Foi justamente o que aguçou a ira do irmão e da mãe para arquitetar, planejar e matá-la”, completou o delegado.