Os servidores cobraram o reajuste linear de 33,23% no piso salarial da categoria
Matéria de Eduardo Costa
As aulas presenciais continuam sem acontecer para os estudantes dos ensinos infantil, fundamental e médio no Piauí. Inicialmente, o governo do estado e a prefeitura de Teresina adiaram o retorno das aulas presenciais alegando os altos índices de contaminação da covid-19 no último mês.
Semanas após a decisão, o retorno das aulas presenciais estavam previstas para acontecer neste dia 3 de março, mas não irão retornar devido a greve deflagrada pelos professores do estado e do município, que tem como objetivo cobrar o reajuste linear de 33,23% no piso salarial da categoria.
Em Teresina, os professores estão em greve desde o dia 7 de fevereiro. Aprovado pela Câmara Municipal, o reajuste no salário dos professores ficou estabelecido em 16%. O vencimento dos professores de Teresina era de R$ 2.886,00. Com o aumento definido pelo Governo Federal, o valor ficaria em R$ 5.786,00.
Mas com a norma publicada, agora os vencimentos dos educadores da capital fica estabelecido em R$ 4.084,04 para professores de primeiro e segundo ciclos e pedagogo com a carga horária de 40h semanais. Já para carga horária de 20h, o valor estabelecido é de R$ 2.042,02.
Os professores de carga horária de 40h semanais que receberem menos que R$ 3.845,63 receberão uma complementação especial até se atingir esse valor. Já os profissionais de 20h que receberem menos que R$ 1.922,82, receberão adicionais até que o valor seja alcançado.
Sinésio Soares, Coordenador do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Teresina (Sindserm) afirma que a categoria não irá retornar para as salas de aula sem o reajuste de 33,23%.
“Nós já estamos provocando o Ministério Público Federal com ação de improbidade administrativa e o Ministério Público Estadual também. Esperamos que se manifestem o mais rápido possível e determine que a Lei Federal seja cumprida, para que a gente possa voltar com as aulas presenciais na escola e que o trabalho dos profissionais qualificados da educação seja valorizado”, disse Sinésio.
Mesmo com a greve dos professores efetivos, as aulas presenciais das escolas do município, retornaram com professores substitutos e auxiliares, acontecendo em rodizio de alunos, assim como no ano de 2021, por conta da pandemia do covid-19. O secretário de Educação do Município, Nouga Cardoso, informou que a situação está sendo avaliada e que estão trabalhando para que a situação seja resolvida.
No Estado a situação é a mesma. Professores esperam pelo reajuste de 33,23% de forma linear. Segundo o Secretário de Educação, Ellen Gera, o Governador do Piauí Wellington Dias, determinou que a sua equipe estude uma proposta de implementação do reajuste salarial dos professores.
“Em relação ao reajuste de 2019 e 2020, o governador já sancionou uma lei que determina que o salário serão reajustados em 10%, tanto para os profissionais da ativa, quanto para os aposentados do magistério da rede estadual de educação. Além disso, no início do mês de fevereiro, tivemos uma portaria sendo assinada pelo Governo Federal que determina o novo valor do piso do magistério. O Governador já determinou que sua equipe econômica, administrativa e jurídica, se debruce sobre essa definição desse novo marco do piso do magistério, para que a gente possa já trazer para a categoria dos nossos profissionais do estado do Piauí, uma proposta que nós implementaremos para a nossa rede”, relatou o secretário de educação Ellen Gera.
A Presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Educação do Estado do Piauí (SINTE-PI) Paulina Almeida, afirma que os professores permanecerão em greve por tempo indeterminado, e que até mesmo o reajuste nos vencimentos dos professores referentes aos anos de 2019 e 2020, ainda não foi discutido com a categoria.
“Nós da rede estadual, profissionais da educação estamos em greve por tempo indeterminado, cobrando do governo a valorização dos profissionais de educação. Nesse ano de 2022, o percentual é de 33,23%, mas tem a dívida do governo com os profissionais de educação referente a 2019 e 2020. Eles dizem que vão pagar, mas não discutem a proposta com a categoria. Outro ponto atribuído a greve são as condições das escolas não oferecerem condições de trabalho. Essa é a nossa luta e não vamos retornar às aulas sem condições de trabalho e valorização financeira”, destacou Paulina Almeida.
A manhã desta quinta-feira foi marcada por protestos. Professores do Município protestaram e frente à Secretaria Municipal de Educação (Semec) e os professores do Estado em frente à Secretaria de Estado da Educação (Seduc).