Tribunal do Júri deveria ter julgado mãe e irmão da advogada morta em fevereiro deste ano
A Justiça do Piauí, por meio da Comarca de Pedro II, município localizado a 195 km de Teresina, julgará nesta quarta-feira (16) os réus João Pedro Mourão e Maria Nerci Mourão, acusados de assassinar a advogada Izadora Mourão, em 13 de fevereiro de 2021, com golpes de faca.
Os acusados são, respectivamente, irmão e mãe de Izadora. João Pedro responde por homicídio triplamente qualificado (motivo torpe, recurso que impossibilita defesa da vítima e feminicídio), enquanto Maria Nerci foi indiciada como coautora do crime.
Inicialmente, o julgamento estava marcado para 15 de fevereiro deste ano, mas foi adiado pelo juiz Diego Ricardo Melo de Almeida, da 2ª Vara da comarca, diante da crescente onda de casos de Covid-19 e síndromes gripais entre membros do Poder Judiciário e indivíduos envolvidos com o caso.
A advogada Izadora Mourão, de 41 anos, foi encontrada morta em 13 de fevereiro com sete perfurações no pescoço. O caso aconteceu no município de Pedro II.
De acordo com o relato dos familiares à polícia, a primeira suspeita seria uma vendedora chamada Maria, que teria entrado na casa e se dirigido até o quarto da vítima. A mulher teria sido, nesta versão, a última pessoa a ter contato com Izadora.
Porém, os investigadores descartaram a possibilidade por acreditarem que a história teria sido inventada apenas para atrapalhar as investigações.
Logo depois surgiu outro suspeito, João Paulo Mourão, irmão da advogada, que foi preso dois dias após o crime. Policiais encontraram em seu quarto roupas sujas de sangue e a faca utilizada para matar a vítima.
O coordenador do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), delegado Francisco Costa, mais conhecido como Barêtta, afirmou em entrevista à Teresina FM que o assassinato de Izadora foi motivado por herança familiar de terrenos e propriedades, avaliada em R$ 4 milhões, deixada pelo falecido pai.
Segundo Barêtta, o estopim para a premeditação do crime foi a venda de um terreno no valor de R$ 150 mil. A princípio, Izadora não quis receber sua parte dessa quantia, mas depois mudou de ideia.
“Ela passou a reivindicar sua parte, e eles começaram a dizer que ela não tinha direito a nada. A vítima então ameaçou entrar com uma ação, para que fosse feito um inventário, onde um juiz determinasse o que lhe cabia. Foi justamente o que aguçou a ira do irmão e da mãe para arquitetar, planejar e matá-la”, completou o delegado.