Julgamento ocorreu nesta quarta-feira (16); Maria Nerci cumprirá pena domiciliar devido à idade avançada
O Tribunal do Júri da Comarca de Pedro II, município localizado a 135 km de Teresina, condenou na noite desta quarta-feira (16) a aposentada Maria Nerci Mourão a 19 anos e seis meses de prisão pelo assassinato da advogada Izadora Mourão, filha da ré, em 13 de fevereiro de 2021, com golpes de faca.
O jornalista João Paulo Mourão, irmão da vítima, que inicialmente respondia por homicídio triplamente qualificado, foi absolvido após votação dos jurados, que terminou em quatro votos favoráveis a três contrários.
A sessão foi conduzida pelo juiz Diego Ricardo Melo de Almeida, da 2ª Vara da comarca, que manteve Maria Nerci, originalmente indiciada como coautora do crime, em prisão domiciliar devido à idade avançada.
Durante o julgamento, a mãe de Izadora relatou que assassinou a filha devido a uma discussão sobre o dinheiro de sua aposentadoria. Ela teria ido ao quarto da advogada e desferido vários golpes com uma faca.
Por outro lado, João Paulo se declarou inocente e alegou que só teria descoberto a autoria do homicídio, supostamente cometido pela mãe, quando estava preso na Cadeia Pública de Altos.
A advogada Izadora Mourão, de 41 anos, foi encontrada morta em 13 de fevereiro com sete perfurações no pescoço. O caso aconteceu no município de Pedro II.
De acordo com o relato dos familiares à polícia, a primeira suspeita seria uma vendedora chamada Maria, que teria entrado na casa e se dirigido até o quarto da vítima. A mulher teria sido, nesta versão, a última pessoa a ter contato com Izadora.
Porém, os investigadores descartaram a possibilidade por acreditarem que a história teria sido inventada apenas para atrapalhar as investigações.
Logo depois surgiu outro suspeito, João Paulo Mourão, irmão da advogada, que foi preso dois dias após o crime. Policiais encontraram em seu quarto roupas sujas de sangue e a faca utilizada para matar a vítima.
O coordenador do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), delegado Francisco Costa, mais conhecido como Barêtta, afirmou em entrevista à Teresina FM que o assassinato de Izadora foi motivado por herança familiar de terrenos e propriedades, avaliada em R$ 4 milhões, deixada pelo falecido pai.
Segundo Barêtta, o estopim para a premeditação do crime foi a venda de um terreno no valor de R$ 150 mil. A princípio, Izadora não quis receber sua parte dessa quantia, mas depois mudou de ideia.
“Ela passou a reivindicar sua parte, e eles começaram a dizer que ela não tinha direito a nada. A vítima então ameaçou entrar com uma ação, para que fosse feito um inventário, onde um juiz determinasse o que lhe cabia. Foi justamente o que aguçou a ira do irmão e da mãe para arquitetar, planejar e matá-la”, completou o delegado.