O minério colorido pode ser encontrado em apenas dois lugares do mundo, sendo um deles a cidade de Pedro II, no Piauí.
Em um artigo científico, publicado no fim de dezembro, a agência espacial norte-americana (NASA) divulgou a descoberta de opala no “planeta vermelho”. A pedra preciosa tem entre 3% a 21% do seu peso composto por H₂O, e pode, se moída e submetida ao calor, libera sua água.
Na Terra, esse mineraloide aparece apenas em sua forma multicolorida, sendo localizado somente na Austrália e no Piauí, mais especificamente na cidade de Pedro II, que fica 206 km ao Norte de Teresina.
A descoberta foi feita através do Rover Curiosity, um astromóvel enviado em 2012 pela NASA para explorar a Cratera Gale, uma grande bacia de impacto com uma enorme montanha em camadas no meio.
À medida que o Curiosity atravessava a superfície do planeta, os pesquisadores descobriram rochas de tons claros ao redor de fraturas que cruzam certas partes da paisagem marciana, às vezes se estendendo até o horizonte das imagens do rover.
O estudo conclui que as vastas redes de fraturas subterrâneas teriam fornecido condições potencialmente mais habitáveis do que as da superfície.
De acordo com historiadores, no ano de 1969 foi encontrada a primeira opala em Pedro II, por um agricultor que estava colhendo mandioca, quando avistou o pedregulho luminoso. O homem levou o objeto desconhecido até Teresina, onde teve a confirmação de que se tratava de uma pedra preciosa.
Com a nova descoberta, garimpeiros passaram a olhar atentamente para a região, para realizar a extração da pedra preciosa de dentro das serras da região. Atualmente, existem cerca de 10 minas em atividade no município, o que movimentou milhões de reais na economia local.
Apesar da abundância do mineraloide na região, ele não é facilmente encontrado. Sua coleta só pode ser feita no período da seca, porque as chuvas dificultam o garimpo. Existem relatos de garimpeiros que já passaram um ano sem encontrar a pedra.
Segundo o Instituto de Geociências da Universidade de São Paulo (IGc-USP), a Opala é do grupo da sílica, um material geológico de interesse que carece de estrutura cristalina.
A sua composição é semelhante à do quartzo, do qual se diferencia porque tem moléculas de água no seu interior. Pode ser classificada em distintas variedades segundo a sua cor, desde o branco, incolor, azul-leitoso, cinza, vermelho, amarelo, verde, até ao castanho e preto.
As suas diferentes cores surgem por diferentes tipos de impurezas. Algumas variedades de opala são apreciadas como pedras preciosas, tais como a opala leitosa e a opala resinosa.