Ex-presidente republicano, que enfrenta diversos processos, chamou protestos contra a suposta detenção.
O ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump disse neste sábado (18), na plataforma Truth Social, que espera ser preso na próxima terça-feira (21) em um caso apresentado pela promotoria distrital de Manhattan.
Trump disse, sem fornecer provas, que vazamentos do gabinete do procurador indicavam que ele seria preso. Ele não detalhou quais seriam as acusações, e o escritório do promotor recusou um pedido de comentário.
Em duas publicações, o republicano afirmou que os EUA agora estão no “terceiro mundo” e repetiu a afirmação falsa de que as eleições foram roubadas. “Proteste, recupere nossa nação”, pede ele, ao final da publicação.
“Vazamentos ilegais de um corrupto e altamente político escritório de procuradores do distrito de Manhattan (…), cujo líder é financiado por George Soros, indica que (…) o candidato republicano líder e ex-presidente dos Estados Unidos da América será preso na terça-feira da próxima semana”, escreveu Trump, em letras maiúsculas.
Nesta sexta-feira (17), o ex-presidente voltou ao Facebook e ao YouTube, após mais de dois anos de ter sido banido das plataformas por incitação à violência após seus apoiadores invadirem o Capitólio, em janeiro de 2021. Trump, então, lançou a Truth Social, na qual se refugiaram seus eleitores e onde ele fez a postagem neste sábado.
No início desta semana, o gabinete do procurador distrital de Manhattan, Alvin Bragg, começou a apresentar evidências a um júri que investiga o pagamento de US$ 130 mil que o ex-advogado pessoal de Trump, Michael Cohen, fez à estrela pornô Stormy Daniels nos últimos dias da campanha do republicano em 2016.
Daniels —cujo nome verdadeiro é Stephanie Clifford— sustenta que teve um caso com Trump há uma década, o que o ex-presidente nega. Em 2018, o advogado se declarou culpado por violações de financiamento de campanha por seus pagamentos a Daniels e a outra mulher, entre outros crimes. Segundo ele, Trump o instruiu a fazer os pagamentos.
A investigação é um dos vários problemas legais que Trump enfrenta enquanto busca a indicação republicana para a Presidência em 2024. Atualmente, um conselheiro nomeado pelo procurador-geral dos EUA investiga o sumiço de documentos sigilosos da Casa Branca após o republicano deixar o cargo e os esforços do ex-presidente para anular os resultados da eleição de 2020, quando ele perdeu para o democrata Joe Biden.
No ano passado, o escritório de Bragg ganhou um processo contra a Trump Organization por acusações de fraude fiscal. O procurador, porém, não acusou o republicano por crimes financeiros, levando dois promotores que trabalharam na investigação a renunciar.
Trump lidera os índices de popularidade para indicação de seu partido na disputa pela Presidência, com 43% de apoio dos republicanos, de acordo com uma pesquisa Reuters/Ipsos de fevereiro. Seu rival mais próximo, o governador da Flórida, Ron DeSantis, tem 31% de popularidade e ainda não anunciou sua candidatura.