Aos 84 anos, a cantora e compositora paraense Dona Onete também ganha homenagem na cerimônia programada para dezembro com apresentação de Preta Gil
Nada mais justo do que Rita Lee (1947 – 2023) ganhar homenagem póstuma na sétima edição do WME Awards, programada para dezembro com apresentação de Preta Gil e transmissão ao vivo pela internet.
Iniciativa da Women’s Music Event, plataforma de música e tecnologia fundada por Claudia Assef e Monique Dardenne, o WME Awards é prêmio criado por mulheres para laurear mulheres que fazem diferença e história na música do Brasil.
Além de Rita Lee ser celebrada pelo conjunto de obra autoral que se diferenciou justamente pela assinatura feminina da artista, o WME Awards 2023também laureia Dona Onete pelo legado e resistência dessa cantora e compositora paraense de 84 anos festejados em 18 de junho.
Mulheres da música brasileira serão premiadas em 17 categorias através de eleição dividida entre as escolhas do júri técnico e a votação popular, ambas feitas com base nas indicações de cerca de 600 profissionais de todas as áreas da indústria musical.
Mesmo que pareça oportunista por ser feita no ano da morte da cantora, compositora e instrumentista paulistana, a homenagem a Rita Lee é, mais do que justa, necessária.
Rita Lee ocupou no Brasil o trono de rainha do rock, gênero historicamente masculino. Pois Rita arrombou a festa do bolinha e imprimiu no rock nacional um tom de rosa choque – primeiramente como integrante do trio Os Mutantes de 1966 a 1972, depois ao lado do grupo Tutti Frutti de 1974 a 1978, e por fim, solo, mas geralmente (muito bem) acompanhada por Roberto de Carvalho, parceiro de música, vida, cama e banho de espuma.
Na história do rock brasileiro, Rita Lee foi a primeira mulher a falar explicitamente de sexo e prazer, sem medo de gozar no final. Mania de você (1979), Lança perfume (1980) e Banho de espuma (1981) são três parcerias do casal que, pelas letras de Rita Lee, bastam para deixar de qualquer um de quatro no ato de apontar o nome da artista para ser celebrada em qualquer premiação musical, sobretudo numa premiação de natureza feminina.
Todas as mulheres do mundo – nome, aliás, de uma das melhores músicas do álbum solo Rita Lee (1993), lançado há 30 anos – hão de concordar com a homenagem. Assim como todos os homens livres de preconceito de gêneros.
Rita Lee manteve hasteada a bandeira do prazer e das liberdades ao longo de 60 anos de carreira. Por isso, nada mais justo do que a reverência do prêmio que, a partir da edição de 2023, passa a se chamar WME Awards powered by Billboard Brasil. Viva Rita Lee!
Fonte: G1