23/09/2024
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Lula compara resposta de Israel em Gaza à ação de Hitler contra judeus; Conib diz que fala é ‘distorção perversa da realidade’

Presidente comentou conflito no Oriente Médio durante entrevista na Etiópia. No século passado, Adolf Hitler chefiou movimento nazista que exterminou milhões de judeus. Para Confederação Israelita do Brasil, declarações de Lula são ‘infundadas’.

Publicado por: Lilian Oliveira 18/02/2024, 12:06

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) classificou como “genocídio” e “chacina” a resposta de Israel na Faixa de Gaza aos ataques terroristas promovidos pelo Hamas. Ele comparou a ação israelense ao extermínio de milhões de judeus pelos nazistas chefiados por Adolf Hitler no século passado.

Lula em foto de 22 de setembro. — Foto: Adriano Machado/Reuters

Em nota, a Confederação Israelita do Brasil (Conib) repudiou o que chamou de declarações “infundadas” de Lula. Para a entidade, a fala do petista é uma “distorção perversa da realidade” (leia aqui a íntegra do comunicado da Conib).

Israel Katz, ministro das Relações Exteriores de Israel, disse que as palavras de Lula “são vergonhosas e graves” e anunciou que falará sobre o tema com o embaixador brasileiro no país.

O que está acontecendo na Faixa de Gaza e com o povo palestino não existe em nenhum outro momento histórico. Aliás, existiu: quando o Hitler resolveu matar os judeus”, disse Lula.
O petista fez a afirmação após ser questionado sobre a decisão de alguns países de suspender repasses financeiros à agência da Organização das Nações Unidas (ONU) que dá assistência a refugiados palestinos, a UNRWA.

Nos últimos dias, Israel acusou funcionários da UNRWA de envolvimento com ações terroristas do Hamas, o que motivou a suspensão de auxílio por parte de governos ocidentais.

Lula disse que, se houve um “erro” na UNRWA, que os responsáveis sejam investigados, mas afirmou que a ajuda humanitária não pode ser suspensa. Recentemente, o governo brasileiro anunciou que vai prestar auxílio à agência.

“Eu fico imaginando qual é o tamanho da consciência política dessa gente. E qual é o tamanho do coração solidário dessa gente que não está vendo que, na Faixa de Gaza, não tá acontecendo uma guerra, mas um genocídio. Não é uma guerra entre soldados e soldados. É uma guerra entre um exército altamente preparado e mulheres e crianças”, disse Lula.

O petista voltou a defender a criação de um Estado da Palestina “pleno e soberano”. E a reforma do Conselho de Segurança da ONU, com o fim do poder de veto de países com assento permanente. Para Lula, o colegiado não tem conseguido mediar conflitos e promover a paz entre países em guerra.

Na entrevista, Lula reiterou que o Brasil condena o grupo terrorista Hamas, mas é “solidário” ao povo palestino. “O Brasil condena o Hamas, mas o Brasil não pode deixar de condenar o que Israel está fazendo na Faixa de Gaza”, concluiu.

Reação

A comparação da ação de Israel em Gaza à de Hitler contra judeus gerou rápida repercussão da comunidade israelita no Brasil.

Em nota publicada em uma rede social, a Conib afirmou que a fala de Lula “banaliza” o Holocausto – genocídio promovido na Segunda Guerra Mundial contra cerca de seis milhões de judeus.

Israel Katz, chanceler israelense, criticou a fala de Lula e afirmou que “ninguém prejudicará o direito de Israel de se defender”. Ele disse ainda que convocará o embaixador brasileiro para uma reunião.

Leia a íntegra da nota divulgada pela Conib:

A Conib repudia as declarações infundadas do presidente Lula, comparando o Holocausto à ação de defesa do Estado de Israel contra o grupo terrorista Hamas. Os nazistas exterminaram 6 milhões de judeus indefesos na Europa somente por serem judeus. Já Israel está se defendendo de um grupo terrorista que invadiu o país, matou mais de mil pessoas, promoveu estupros em massa, queimou pessoas vivas e defende em sua Carta de fundação a eliminação do Estado judeu. Essa distorção perversa da realidade ofende a memória das vítimas do Holocausto e de seus descendentes. O governo brasileiro vem adotando uma postura extrema e desequilibrada em relação ao trágico conflito no Oriente Médio, abandonando a tradição de equilíbrio e busca de diálogo da política externa brasileira. A Conib pede mais uma vez moderação aos nossos dirigentes, para que a trágica violência naquela região não seja importada ao nosso país.

Fonte: G1

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