Mesmo quem não vai ao estádio ou não gosta de acompanhar futebol com certeza sabe o que é e para que serve o goleiro.
Goleiro é uma posição única no futebol.
Só o goleiro pode pegar a bola com a mão sem cometer falta.
Só o goleiro tem o privilégio de acariciar a bola com as mãos, pode até rolar abraçado com ela pelo gramado.
Ninguém fica zangado e alguns até o aplaudem.
O goleiro é aquela figura solitária que fica lá atrás, embaixo de uma trave, para guarnecer o gol.
Talvez por isso em Portugal ele também seja conhecido como guarda redes.
Ser goleiro é ser herói e vilão exatamente ao mesmo tempo.
O goleiro é sempre quem encabeça a escalação do time; Só ele e mais ninguém é o número 1.
Mas – alguém há de perguntar – por que essa onda toda com o goleiro na manhã desta sexta-feira?
Essa onda toda é porque 26 de abril é o Dia do Goleiro.
No Brasil o goleiro é festejado neste dia por ser a data de nascimento de Ailton Corrêa Arruda.
E com certeza você nem imagina quem seja esse senhor, que hoje completa 82 anos de idade..
Ailton Corrêa Arruda é nada menos que o lendário Manga, um grande goleiro que fez fama no Botafogo e tornou-se um dos melhores do mundo.
Em qualquer time, em qualquer seleção, o goleiro é sempre o que mais chama a atenção.
A missão do goleiro é ingrata.
Se evita o gol adversário vira herói, vira o salvador.
Mas se a bola entra, de repente é crucificado, é o único culpado pela derrota.
O torcedor não lembra os gols perdidos pelo ataque de seu time, mas não consegue esquecer um só instante da falha do goleiro no gol sofrido.
A vitória é dos outros.
A derrota sempre é culpa do goleiro.
O goleiro vai do céu ao inferno em poucos segundos.
Mas goleiro é assim mesmo.
Na primeira grande defesa na partida seguinte o torcedor esquece tudo o que passou e volta a aplaudi-lo.
É uma espécie de relação de amor e ódio.
O goleiro sempre tenta evitar o inevitável, sempre achando – lá no fundo – que dava para defender o mais indefensável dos chutes.
O escritor russo Wladimir Nabokov definiu o goleiro como uma alma solitária, um homem misterioso. Um homem para quem os fotógrafos se ajoelham para imortalizá-lo em pleno salto espetacular.
Já o escritor uruguaio Eduardo Galeano define o goleiro como aquele primeiro a receber e o primeiro a pagar.
O goleiro sempre tem culpa. E, se não tem, paga do mesmo jeito.
O goleiro, se bom, é chamado de pegador, muralha, paredão, matador, tira com o olho, trave humana, chiclete; Se é ruim ou se falha no lance é frangueiro, Mão de Lodo, Cotó, Vigia…e por aí vai.
Mas o goleiro é, antes e acima de tudo, um ser humano.
Parabéns a todos eles.