O vinte de novembro marca o Dia da Consciência Negra no Brasil.
A data é uma homenagem a Zumbi dos Palmares, que morreu neste dia em 1695, em confronto com as forças de Domingos Jorge Velho, o mesmo bandeirante que ajudou a dizimar os índios do Piauí nas suas entradas por estas bandas.
Em pelo menos 15 estados brasileiros o dia da consciência negra é feriado.
Mas o que é consciência negra?
Os dicionários ensinam que consciência é a capacidade para discernir; é ter noção, é ter conhecimento do que se passa em nós.
Então, o dia da consciência negra é uma data para reflexão.
É um dia em que se deve refletir sobre o relevo da cultura e do povo africano e sua influência na cultura brasileira.
O dia da consciência negra – afirmam historiadores e pesquisadores – é considerado como uma ação afirmativa da promoção da igualdade racial.
Mas é também uma data dedicada à reflexão sobre as consequências do racismo.
Além do lado comemorativo, a data também está voltada à afirmação da consciência política-étnico racial e da reivindicação dos direitos da população afro-brasileira.
O negro ainda é muito maltratado na sociedade brasileira, embora já seja possível se identificar alguns avanços.
Mas, mesmo com todos os avanços sociais que o mundo experimenta nos últimos séculos, ainda podemos dizer que vivemos num país racista, extremamente racista.
Somos tão racistas que foi necessária uma lei para punir quem, de uma forma ou de outra, pratica esse crime.
A legislação determina a pena de reclusão a quem tenha cometidos atos de discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência.
A lei em si já é uma prova clara de que somos racistas.
Se o Brasil não fosse um país racista é evidente que não haveria necessidade de uma lei nesses moldes.
A pessoa negra continua muito discriminada.
Mas o que, além da cor, pode existir de diferente entre o homem negro e o homem branco?
É evidente que não há diferença alguma.
Somos todos iguais.
Mas, nesse país miscigenado, não se consegue excluir os preconceitos.
Nossa constituição coloca a discriminação racial como um crime inafiançável, mas nas discussões ainda se admite publicamente que o Brasil é um país racista.
Essa contradição, segundo os estudiosos, indica que nosso racismo é velado.
Racismo velado, este o maior problema.
Diferentemente de outras regiões do planeta em que o racismo é escancarado, aqui ele é velado.
E, como disse Albert Einstein, é mais fácil desintegrar um átomo do que um preconceito.
Triste sociedade!