Domingo passado, 21 de agosto, foi o dia de combate a injustiça. Por ser um domingo, talvez, passou inteiramente despercebido entre nós. Uma pena.
O combate à injustiça deve ser permanente, deve ser efeito do dia a dia.
Uma boa prática para homenagear o dia do combate à injustiça é revisar as próprias atitudes e aceitar o desafio de mudá-las, mesmo que isto represente perdas de quaisquer natureza.
Lembre-se que ao final da jornada, a única vitória possível é a felicidade de ter vivido uma experiência que contribuiu para o crescimento das pessoas e a melhoria do planeta, o que se faz com solidariedade e justiça.
Rui Barbosa disse há mais de cem anos, em discurso no Senado Federal, que a falta de justiça é o grande mal de nossa terra, o mal dos males, a origem de todas as nossas infelicidades, a fonte de todo nosso descrédito, é a miséria suprema desta pobre nação.
– A injustiça – prossegue Rui – desanima o trabalho, a honestidade, o bem; cresta em flor os espíritos dos moços, semeia no coração das gerações que vêm nascendo a semente da podridão, habitua os homens a não acreditar senão na estrela, na fortuna, no acaso, na loteria da sorte; promove a desonestidade, promove a venalidade, promove o relaxamento, insufla a cortesania, a baixeza, sob todas as suas formas.
Apesar do tempo não há quem não reconheça nas palavras de Rui um retrato do Brasil atual. Mais do que um discurso, o pronunciamento assume hoje a condição de uma profecia.
O Brasil vive hoje exatamente, sem tirar nem por, essa condição de desânimo. O brasileiro rir da própria honra.
Vivemos numa época em que ser honesto é motivo de galhofas, de piadas; uma época em que o homem honesto não é honesto é otário, idiota. Tal como na profecia de Rui Barbosa revelada em 1914.
Com certeza ainda há honestos no Brasil, mas o mal parece triunfar de forma inevitável. Os fatos do nosso dia a dia mostram e estão nos convencendo disso.
Como faz falta um mestre como Rui Barbosa, um mestre que ensina que política e politicalha não se confundem, não se parecem, não se relacionam com a outra. Antes, se negam, se repulsam mutuamente.
A política é a higiene dos países moralmente sadios. A politicalha, a malária dos povos de moralidade estragada.
Promova a justiça.
Comece por você.
Seja mais gentil, cumprimente o próximo olhando nos olhos, elogie alguém sem pretensões de receber algo em troca.
E não esqueça: Calar-se diante das injustiças não é ser da paz, é ser omisso.