Hoje é o Dia do Piauí.
Infelizmente insistimos em comemorar o Dia do Piauí em data errada.
Festejamos erroneamente uma proclamação de independência, como se fosse o aniversário do estado.
O Piauí existe há mais de 300 anos. A capitania do Piauí foi criada em 1718, mas como aqui tudo sempre foi muito difícil, só foi instalada definitivamente em 1758, quando teve direito a ter um governador.
A própria história exige essa revisão.
Infelizmente ninguém liga para esses pequenos detalhes, pelo menos nos tempos que correm.
Esse descaso atrapalha e confunde as pessoas.
Preferimos criar outras datas, todas elas inapropriadas para festejar o Dia do Piauí.
Além do dia 19 de outubro, temos o 24 de janeiro e mais recentemente ganhamos o 13 de março. Tratam da fundação do hoje estado do Piauí como se a história fosse apenas um pequeno detalhe a mais ou a menos.
Graças a isso temos um estado com menos de 200 anos e uma capital com mais de 300, o que, por si só, é uma coisa inexplicável.
Mesmo diante de tanto barulho temos que tocar a vida.
Como todos sabem, o Piauí surgiu, ainda lá na província, como um grande criador de gado. O gado interiorizou nossos desbravadores. Foi, durante muito tempo, o grande criatório da nação.
Como tudo o que já foi próspero por aqui, a importância do gado para o nosso desenvolvimento também foi minguando.
À época já tínhamos tendência para o modismo.
Abandonamos o gado e seguimos outros caminhos. Caminhos que ainda hoje não conseguem nos tirar da encruzilhada em que nos metemos.
Já testamos várias maneiras e não conseguimos mais dar um único passo a frente.
Essa situação reflete claramente que não temos um planejamento. Revela de forma inquestionável que não temos prioridades.
Em nenhum momento da nossa história elegemos prioridades, em nenhum momento pensamos no futuro.
Somos frutos do improviso.
Até por dever de justiça temos que reconhecer que nosso problema não é o Piauí propriamente dito. O Piauí poderá ainda ter um belo futuro pela frente, dede que abandone imediatamente o improviso.
O Piauí de um belo futuro depende necessariamente da mudança de pensamento de nossos gestores, que preferem gastar sem retorno, que preferem gastar apenas e tão somente para agradar os chefes políticos.
Obras eleitoreiras, como todos sabem, não levam a lugar nenhum. Se levassem, o Piauí seria um grande exemplo para toda a nação. E não somos.