Matéria de Danielle Simeão

Nesta quarta-feira (19) é comemorado Dia do Piauí e, em alusão à data, o programa JT1 entrevistou o professor doutor de História Johny Araújo, da Universidade Federal do Piauí. O historiador destacou alguns pontos da trajetória do Piauí e esclareceu momentos importantes da história do Estado nordestino.

“O grande desafio hoje é não só fixar a importância para o Estado, mas da data para o Brasil. Nós levamos em conta que na época da independência, após o 7 de setembro, a única província que estava em estado de rebeldia era a Bahia. Na sequência a província que vai aderir ao processo de independência é o Piauí”, disse.

Historiador Johny Araújo (Foto: TeresinaFM)

De acordo com o historiador, a população local desempenhou papel essencial para esse processo de independência, “Houve participação máxima. O grande desafio sempre foi tentar rastrear as histórias e as histórias dos historiadores porque quem havia escrito sobre isso foram os memorialistas, que deixaram um legado muito importante que ajudaram a gente a fazer um estudo mais delicado. Hoje a gente consegue cartografar e rastrear essa perspectiva da participação popular”.

A respeito da existência de três dias do Piauí ao longo do ano, o professor diferencia as datas e afirma que cada uma teve igual importância no processo de independência do Piauí.

“19 de outubro foi a primeira reação contrária à dominação portuguesa. Ela foi oriunda de Parnaíba, do grupo político centralizado na figura do Simplício Dias. Isso é muito importante porque representa a primeira ação”, informou.

Batalha do Jenipapo (Foto: Câmara dos Deputados)

Johny Araújo finaliza explicando, ainda, que os outros dias de comemoração do Dia do Piauí marcaram uma virada da ocupação portuguesa na então província piauiense.

“Há um segundo grupo político, que é o entorno do Manoel de Sousa Martins que a gente chama de ‘Elite do Sertão’ e que declarou sua independência em 24 de janeiro de 1823. E há a terceira data, que foi dia 13 de março, a batalha do jenipapo. O 13 de março é a convergência desses dois projetos, e marca uma virada substancial da ocupação portuguesa ao Piauí”.

Confira a entrevista na íntegra: