O Piauí é o estado brasileiro que mais destrói a Mata Atlântica, que abrange 15% do território nacional. Segundo dados do site Mar Sem Fim (ligado ao jornal O Estadão), o estado desmatou 6.192 hectares de áreas onde o bioma predomina, isso só de 2022 a 2023.

Foi uma supressão bem maior do que o período que vai de 2021 a 2022, quando o desmatamento foi de 282 hectares. O relatório divulgado pelo Mar Sem Fim mostra que as cidades de Manoel Emídio e Alvorada do Gurguéia contemplam 40% do total do desmatamento da Mata Atlântica no território piauiense.

Piauí é o estado brasileiro que mais destrói a Mata Atlântica (Foto: Reprodução/Mar Sem Fim)

Ainda segundo o levantamento, quatro estados acumularam 90% do desflorestamento da Mata Atlântica entre 2022 e 2023: Piauí (6.192 ha), Minas Gerais (3.193 ha), Bahia (2.456 ha) e Mato Grosso do Sul (1.457 ha).

“Contudo, o relatório também tem dados positivos. Houve queda significativa do desflorestamento em estados tradicionalmente líderes do desmatamento, como Minas Gerais (57%), Bahia (57%), Paraná (78%) e Santa Catarina (86%). Finalmente, outro dado positivo é o fato de que houve queda de 27% do desflorestamento, o que  interrompe um período de dois anos de perdas acima de 20.000 hectares”, acrescentou o Mar Sem Fim em matéria divulgada no último dia 23.

O assunto foi retrato também, este mês, pela Folha de São Paulo, que ouviu o secretário de Meio Ambiente e Recursos Hídricos do Estado do Piauí, Daniel Oliveira. Ele relatou, como destacou o Mar Sem Fim, que o “governo embargou 19.731 hectares de terras relacionadas ao desmatamento ilegal do início de 2023 até maio de 2024, o equivalente a 99% da área compreendida por alertas dessa ilegalidade em áreas de mata atlântica no Piauí”.

O secretário de Meio Ambiente do Piauí, Daniel Oliveira (Foto: Divulgação)

O avanço do agronegócio seria um dos agentes que mais contribuem para a devastação do bioma em território nacional. A Mata Atlântica abrange a costa Leste, além do Nordeste, Sudeste e Sul do Brasil, Leste do Paraguai e a província de Misiones, na Argentina.

De acordo com a ONG SOS Mata Atlântica, restam apenas 24% da cobertura florestal original do bioma no território brasileiro.