Uma briga entre detentos do Complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj), na BR-174, em Manaus, neste domingo (26) terminou com 15 mortos. O conflito foi confirmado […]
Uma briga entre detentos do Complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj), na BR-174, em Manaus, neste domingo (26) terminou com 15 mortos.
O conflito foi confirmado pela Secretaria de Administração Penitenciária (Seap) do governo do estado às 12h30 (horário local). O Instituto Médico Legal (IML) foi acionado para realizar a remoção de corpos, e três viaturas foram encaminhadas à unidade.
Segundo o secretário de Administração Penitenciária, coronel Marcos Vinicius Almeida, os crimes foram cometidos durante o horário de visitação na unidade. As vítimas foram assassinadas asfixiadas ou perfuradas com escovas de dentes.
“Não foi rebelião. É uma briga de internos. Nunca havia acontecido mortes durante visitas. Alguns morreram dentro da cela com as grades trancadas. Eles cometeram os crimes também em frente aos familiares”, afirmou.
O secretário também informou que não houve reféns, agentes feridos ou fuga de detentos. Questionado sobre denúncias feitas por familiares dos detentos de que policiais em helicópteros atiraram contra presos, ele afirmou que os tiros efetuados não foram direcionados a pessoas e serviram apenas para contenção.
Sobre as motivações para a briga, o titular da Seap disse que uma investigação foi aberta. Enquanto isso, as visitas à unidade estão suspensas.
“O Estado não reconhece facções. Estamos investigando o que teria motivado isso. As câmeras internas registraram todos os crimes e vamos encaminhar as informações à Justiça”, afirmou.
A Secretaria de Comunicação do Amazonas (Secom) informou que o Compaj conta com reforço de policiamento nas muralhas, nos ramais de acesso e na estrada.
O secretário de Segurança Pública, coronel Louismar Bonates, determinou reforço em outras unidades do sistema, por medida de precaução.
Palco de massacre em 2017
A unidade onde ocorreu a briga neste domingo é a mesma onde houve uma rebelião que resultou na morte de 56 pessoas em janeiro de 2017. Na ocasião, a rebelião durou mais de 17 horas e foi considerado pelo secretário como “o maior massacre do sistema prisional” do estado.
Em dezembro do ano passado, um agente penitenciário foi morto dentro do Compaj. À época, 12 detentos foram considerados suspeitos.