O material foi apreendido durante a Operação Vendilhões
Áudios gravados pelo padre Robson de Oliveira mostram uma conversa do religioso com dois advogados para um suposto pagamento de propina de R$ 1,5 milhão a desembargadores do TJ-GO (Tribunal de Justiça de Goiás). De acordo com a investigação do MP-GO (Ministério Público de Goiás), o intuito era assegurar a vitória em um recurso sobre um processo envolvendo uma fazenda avaliada em R$ 15 milhões.
Devido um erro ao descrever o tamanho da terra, o padre perdeu em primeira instância, no primeiro semestre de 2019, sendo condenado a pagar R$ 15 milhões ao antigo dono do local. A defesa de Robson de Oliveira decidiu recorrer e teve êxito na segunda instância, em julho de 2019, mas não há informação se a suposta propina foi paga. Ainda cabe recurso à decisão.
Em nota, a defesa de Robson de Oliveira contesta a autenticidade dos áudios e que as “suposições são construções fantasiosas”. Já o TJ-GO afirma desconhecer os fatos. Durante o encontro com os dois advogados, que durou 1h30, um deles afirma que precisa “ter elemento de negociação para eventualmente subcontratar apoios no Tribunal de Justiça.
A gravação foi obtida em computadores, HDs e no celular do padre e passou por perícia comprovando a veracidade, de acordo com a investigação do MP-GO. O material foi apreendido durante a Operação Vendilhões, do MP-GO, deflagrada em agosto do ano passado para apurar desvios na Afipe (Associação Filhos do Pai Eterno), que era presidida por Robson de Oliveira.
O religioso é investigado por lavagem de dinheiro, apropriação indébita e falsidade ideológica. Ele é suspeito de movimentar até R$ 2 bilhões em dez anos. O dinheiro doado por fiéis seria usado na construção da nova Basílica, mas, de acordo com o MP-GO, foi desviado para a compra de bens, como fazendas e uma casa na praia.