Suspeito de assassinar ex-esposa a tiros, tenente aposentado da PM é pai de Yasklla Rocha, que conversou com a Teresina FM
Matéria de Eric Souza e Wanderson Camêlo
O julgamento do tenente aposentado da Polícia Militar Pedro José de Oliveira, de 65 anos, acusado de assassinar a ex-esposa Marilena Pereira da Rocha em janeiro deste ano, ocorre nesta quinta-feira (26) na 2ª Vara do Tribunal Popular do Júri, em Teresina.
Para Yasklla Rocha, filha da vítima e do suspeito, a motivação da família é que a condenação máxima seja aplicada. “Esse crime não pode ficar impune, é uma questão de honra para a família e toda a sociedade. O sentimento é de que a justiça será feita”, afirmou à Teresina FM.
Yasklla acrescentou que os familiares não tinham contato com o tenente há mais de 20 anos e somente se encontravam em audiências, pois o pai nunca quis aceitar as medidas judiciais, em especial a pensão alimentícia.
“Nós nunca fomos próximos, sobretudo depois da separação. Ele sempre entrava com recursos para chamar a atenção da nossa mãe; ela, inclusive, tinha uma medida protetiva, renovada em dezembro do ano passado, e o crime aconteceu justamente em janeiro desse ano”, disse.
A filha de Marilena reforçou ainda que aguarda a exoneração da patente de Pedro José, a fim de que ele possa ser responsabilizado pelo crime de feminicídio como um cidadão comum.
“Ele está agora em um presídio militar, mas tem ciência do que fez. Alega que só queria dar um susto, mas acabou tirando a vida da nossa mãe. Não foi nem a primeira vez que tentou algo do tipo: seu histórico é de agressividade e violência, não somente com ela como também conosco”, revelou.
Por fim, antes de se dirigir à audiência, Yasklla reiterou que a família deseja saber as motivações que levaram o suspeito a cometer um crime tão bárbaro.
“Exigimos uma explicação. Nossa mãe passou 20 anos nos estabilizando emocionalmente, pois quando eles se separaram nós éramos muito novos. Creio que ele sequer saiba como é a nossa fisionomia. Acredito que não houve nenhum arrependimento da parte dele”, concluiu.
Em 26 de janeiro, Marilena Pereira foi atingida com quatro disparos na região da cabeça no bairro Mocambinho e, a princípio, sobreviveu ao ataque efetuado pelo ex-marido Pedro José, de quem havia se separado há mais de 20 anos.
De acordo com populares que estiveram no local, o suspeito se aproximou de carro, desceu do veículo, derrubou a mulher da bicicleta e atirou na ex-esposa, fugindo logo em seguida. Imagens de câmeras de segurança revelam ainda que Pedro José rondou a casa da vítima no dia anterior ao crime.
Pouco tempo depois, as duas filhas de Marilena chegaram juntamente a uma ambulância do Serviço Móvel de Urgência (SAMU), que a encaminhou para o Hospital de Urgência de Teresina (HUT). Entretanto, após cinco dias de internação, ela não resistiu aos ferimentos e veio a óbito em 31 de janeiro.