O governador Wellington Dias pediu a suspeição do conselheiro do Tribunal de Contas do Estado, Luciano Nunes, dos julgamentos das contas do Estado. Wellington alegou […]
O governador Wellington Dias pediu a suspeição do conselheiro do Tribunal de Contas do Estado, Luciano Nunes, dos julgamentos das contas do Estado. Wellington alegou parcialidade do conselheiro alegando que ele é pai do ex-deputado estadual Luciano Nunes Filho (PSDB), que disputou o governo do Estado com Wellington em 2018. Luciano Nunes Filho disse que a intenção do governador e afastar cinco técnicos do TCE que auditam as contas do estado.
O caso gerou um constrangimento entre as autoridades durante a sessão solene em comemoração aos 120 anos do TCE-PI, onde foram entregues condecorações a quinze personalidades do Estado no plenário do tribunal.
O governador Wellington Dias confirmou o pedido de suspeição do conselheiro para que não julgasse os processos do Governo. Ele alegou que Luciano Nunes poderia ser parcial, porque o filho dele tinha sido candidato contra ele na última eleição.
O conselheiro Luciano Nunes disse que se forem alegar suspeição por ligações políticas, o TCE-PI não poderia mais julgar ninguém. Segundo o conselheiro, tem que se analisar os julgamentos em aspectos técnicos. Os julgamentos são feitos com base em orientação técnica, com o contraditório e em parecer da Procuradoria.
“Meus votos são acompanhados desses aspectos técnicos. Não criamos fatos, analisamos fatos. Não vou me exaltar e nem ter ressentimento. Eu nunca respondi a um processo na minha vida”, argumentou o conselheiro Luciano Nunes.
O ex-deputado Luciano Nunes Filho disse que Wellington Dias mostra uma face intimidatória contra a Corte de Contas e os órgãos de controle. “Ele fez isso com o Ministério Público. Ele não suporta críticas, mas vivemos num estado democrático de direito, que tem a liberdade de expressão como pilar desse estado. Vamos continuar apontando falhas no governo”, acrescentou.
De acordo com Luciano Filho esse pedido de suspeição ainda deve passar pela a apreciação do TCE. Mas não vejo sentido nisso. O Tribunal é formado por ex-políticos e todos têm algum tipo de vinculação. E seguir essa linha é uma forma de esconder o verdadeiro objetivo. Ele tenta colocar em suspeição os técnicos do Tribunal que estão auditando as contas do Estado. Ele pediu o afastamento de cinco técnicos que estão fazendo essas auditorias”, finalizou o ex-deputado.