A Polícia Federal e o Ministério Público Federal (MPF) cumprem nesta terça-feira (29) 11 mandados de busca em investigação da Lava Jato contra Paulo Vieira […]
A Polícia Federal e o Ministério Público Federal (MPF) cumprem nesta terça-feira (29) 11 mandados de busca em investigação da Lava Jato contra Paulo Vieira de Souza, ex-diretor da da empresa estatal paulista Desenvolvimento Rodoviário S/A (Dersa) e operador financeiro ligado ao PSDB.
São alvos da operação os familiares, pessoas ligadas ao ex-diretor e prestadores de serviço. As investigações apontam “possível participação na gestão de pessoas jurídicas usadas para a prática de atos de lavagem, bem como em ocultação de documentos”.
Os mandados são cumpridos nas cidades de São Paulo, Taubaté, Ubatuba, Taboão da Serra e Itapetininga e estão relacionadas à investigação da possível prática de crimes de lavagem de dinheiro por Paulo Vieira de Souza, com a participação de familiares e prestadores de serviço.
O G1 procurou a defesa de Paulo Vieira de Souza às 8h44.
Em março, um dia antes de completar 70 anos, Paulo Vieira de Souza foi condenado a 145 anos e oito meses de prisão por peculato (desvio de dinheiro público), associação criminosa e inserção de dados falsos em sistema público nas obras do Rodoanel Sul, em São Paulo. Esta foi a segunda vez que ele foi condenado na Lava Jato.
Em fevereiro, quando ele foi preso preventivamente na 60ª fase da Operação Lava Jato, a defesa de Paulo Vieira de Souza informou que só iria se posicionar depois de ter acesso à sentença. Ao G1, em agosto de 2018, Paulo Vieira de Souza negou as fraudes.
Diretor da Dersa
Paulo Vieira de Souza foi diretor da Dersa, empresa estatal paulista de construção e manutenção de rodovias, de 2005 a 2010, durante os governos de Geraldo Alckmin e José Serra, do PSDB.
Denúncia
No dia 22 de março, a força tarefa da operação Lava Jato em São Paulo ofereceu denúncia contra Paulo Vieira Souza e mais 4 suspeitos de desviar R$ 7,7 milhões de 2009 a 2011 (valores da época) de obras públicas.
Segundo a denúncia, Paulo Vieira de Souza comandou o desvio de dinheiro como o destinado ao reassentamento de desalojados por obras do trecho Sul do Rodoanel, o prolongamento da avenida Jacu Pêssego e a Nova Marginal Tietê, na região metropolitana de São Paulo.
A denúncia foi feita após uma investigação iniciada no Ministério Público Estadual de São Paulo pelos desvios de apartamentos e de pagamentos de indenizações. Durante as investigações, a Promotoria da Suíça informou que Souza mantinha o equivalente a R$ 113 milhões em contas fora do Brasil.
Os documentos suíços revelaram que o dinheiro estava em quatro contas bancárias, abertas em 2007, por uma offshore sediada no Panamá, cujo beneficiário é Paulo Vieira de Souza e que, em fevereiro de 2017, o dinheiro foi transferido da Suíça para um banco nas Bahamas.
Bens
O Ministério Público de São Paulo entrou na última sexta-feira (1) com um pedido de urgência para bloquear os bens e o sigilo bancário do ex-diretor da Dersa Paulo Vieira de Souza, de sua ex-mulher e de suas duas filhas, no âmbito das investigações sobre fraude em licitações e formação de cartel no estado.