O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Celso de Mello atendeu a pedido apresentado pelo procurador-geral da República, Augusto Aras, e autorizou os depoimentos dos […]
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Celso de Mello atendeu a pedido apresentado pelo procurador-geral da República, Augusto Aras, e autorizou os depoimentos dos ministros do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Augusto Heleno, da Casa Civil, Walter Braga Netto e da Secretaria de Governo, Luiz Eduardo Ramos. Segundo o jornal O Estado de S. Paulo, Celso de Mello deu 20 dias para o cumprimento das diligências.
A decisão foi tomada no inquérito que apura as acusações do ex-ministro Sérgio Moro de que o presidente Jair Bolsonaro teria tentado interferir no comando da Polícia Federal. Moro depôs por mais de horas em Curitiba no último sábado (2), ocasião em que detalhou as alegações contra o presidente.
Também foi autorizada a entrega de gravação de reunião em que os ministros testemunharam ameaça de Bolsonaro contra Moro. Segundo Moro, em reunião do conselho de ministros em 22 de abril, o presidente teria cobrado a substituição do superintendente no RJ, do diretor-geral da Polícia Federal e de relatórios de inteligência e informação da PF.
Celso de Mello autorizou, ainda, oitivas com a deputada federal Carla Zambelli (PSL-SP) e seis delegados da Polícia Federal envolvidos na crise da troca de comando da Polícia Federal do Rio de Janeiro, em agosto passado.
Moro encaminhou ao Jornal Nacional prints de uma conversa por Whatsapp com a deputada Carla Zambelli (PSL-SP). A aliada fiel de Jair Bolsonaro tentou convencer Moro a aceitar a troca do diretor da PF por um cargo no Supremo Tribunal Federal. “Vá para o STF, eu prometo ajudar e fazer JB retroceder”, afirmou ela na mensagem.
Além do ex-diretor da PF Maurício Valeixo, Aras quer ouvir o ex-superintendente da PF no Rio Ricardo Saadi, o superintendente da Polícia Federal no Amazonas Alexandre Saraiva, o chefe da PF em Minas Rodrigo Teixeira, o diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) Alexandre Ramagem, indicado por Bolsonaro para a direção-geral da PF, e o recém-indicado diretor-executivo da PF, Carlos Henrique de Oliveira Sousa.