A Polícia Federal está investigando denúncia sobre suposto crime eleitoral envolvendo o presidente da Câmara Municipal de Teresina, Jeová Alencar (MDB), reeleito no último pleito. Visando robustecer o inquérito, o órgão deflagrou, na manhã desta sexta-feira (27), a Operação Olaria.

Foram cumpridos, na capital piauiense, quatro mandados de busca e apreensão, expedidos pelo juízo da 98ª Zona Eleitoral. “O material apreendido agora será analisado, com objetivo de comprovar os crimes investigados e a participação de outras pessoas, inclusive do candidato beneficiado”, informou a PF, via assessoria de comunicação.

O presidente da Câmara de Teresina, Jeová Alencar (Foto: Teresina FM)

Jeová falou sobre o assunto logo após a ação, na Câmara Municipal, em entrevista à imprensa. 

“A polícia está cumprindo o papel dela de investigar. Alguém denunciou essa pessoa, que fez essa denúncia anônima, e a polícia está cumprindo o papel dela de investigar. De nossa parte estamos à disposição, não tem nenhum problema. Temos a consciência de que fizemos uma campanha bonita, uma campanha limpa”, destacou o presidente.

A denúncia, acrescentou ele, tem a ver com questões políticas. “São questões políticas e, com essa votação que nós tivemos, não tenho dúvida que quem está por trás são lideranças. Uma pessoa pobre, que tenha 11 mil votos, ninguém quer acreditar. Então, eles não vão credenciar ao voto livre, ao voto consciente”, completou o emedebista. 

Policiais federais durante buscas em endereços alvos da operação (Foto: divulgação)

A ação policial decorre da prisão em flagrante de um homem, apontado como importante liderança do emedebista, no bairro Cerâmica Cil (zona Sul de Teresina), ocorrida no dia 16 deste mês, por suspeita de compra de votos, dentre outros crimes eleitorais.

“Além de corrupção eleitoral, estão sendo investigados outros crimes eleitorais, como o transporte irregular de eleitores, ambos em benefício de candidato a vereador nas Eleições 2020”, acrescentou a Polícia Federal.

A PF não revelou o nome da liderança citada.

O vereador foi reeleito com 11.062 votos, 868 a mais do que em 2016. Há a especulação, aliás, de que ele já estaria praticamente garantido na presidência do parlamento teresinense para a próxima legislatura.

Nos bastidores corre informação dando conta de que o emedebista já conta com o apoio de 20 dos 29 vereadores.