Guilherme Boulos defendeu uma união da esquerda para 2022
Evitando comparações com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Guilherme Boulos (PSOL), candidato a prefeito de São Paulo na última eleição, prefere não antecipar se vai ou não disputar pela presidência da República em 2022. Em entrevista exclusiva à Teresina FM, nesta quinta-feira (15), ele também aproveitou para criticar o atual chefe do Palácio do Planalto, Jair Bolsonaro (sem partido).
“Acredito que um dia ele ainda vai responder em algum tribunal internacional por isso. Descaso completo pela vida humana”, disparou o esquerdista. “Como o governo vai pedir para as pessoas se protegerem e ao mesmo tempo tira o emprego das pessoas? ”, acrescentou ele fazendo referência à saída da Ford do território nacional e à possibilidade de fechamento de agências do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal.
Os ataques a Bolsonaro surgiram durante a fala sobre a pandemia da Covid-19 no Brasil, a qual, segundo Boulos, o chefe do executivo federal trata com “irresponsabilidade”.
“Cada um constrói sua trajetória, o Lula construiu a dele, pelo qual tenho muito respeito. Eu construo a minha própria. Então, são trajetórias que têm suas diferenças. Eu não sou daqueles que sai de uma eleição já com a cabeça em outra. Para mim, a política não é carreira, a política, para mim, é uma forma de realizar um projeto de país”, comentou o ex-candidato.
Em outra parte da entrevista, Boulos foi questionado acerca da estratégia a ser adotada pela esquerda para tentar derrotar Bolsonaro em 2022. O ex-candidato defende uma união do bloco.
“É dever da esquerda brasileira buscar uma unidade. Não chegar em 2022 com dois, três, quatro candidatos, mas como uma unidade. E eu vou me esforçar para que temos uma unidade para as eleições de 2022”, prometeu Guilherme.
DESEMPREGO NO PAÍS
Boulos criticou ainda o fim do auxílio emergencial e o descaso com seus dependentes. “São quase 70 milhões de famílias brasileiras que até o mês passado dependiam disso para botar comida na mesa, e de uma hora para outra se veem sem cobertura num momento de altíssimo desemprego, no meio de uma pandemia o governo federal tira o que mantinha elas com o mínimo de condição de sobrevivência”, afirmou.
Ainda citou as dívidas que a Ford tem com Estado, quando discutiu sobre o desemprego no país. “ Nos últimos 20 anos, (ela) recebeu subsídios de quase 20 bilhões de reais, tem uma dívida de mais de 300 bilhões com o BNDS que não pagou inteira. Os trabalhadores tem reinvindicações para manutenção de seus empregos, então eu vou hoje em Taubaté para uma vigília em frente à fábrica e me colocar a disposição dos trabalhadores para ouvir suas pautas.”