Candidato de esquerda tem 50,254% dos votos válidos contra 49,746% de Keiko Fujimori, uma diferença de 86.875 eleitores na disputa pela presidência do país
O candidato de esquerda Pedro Castillo ampliou na terça-feira (8) sua liderança contra a rival de direita Keiko Fujimori na apuração da votação presidencial no Peru.
A última atualização da contagem oficial da eleição de domingo (6) mostra Castillo com 50,254% dos votos válidos (8.584.187) e Keiko com 49,746% (8.497.312), com 95,25% dos votos apurados – uma diferença de apenas 86.875 votos.
O candidato esquerdista começou atrás durante a apuração na noite de domingo, mas passou na frente conforme a contagem avançava devido a uma onda de votos rurais.
Keiko afirmou que ainda não reconhecerá a derrota e alegou a existência de irregularidades na votação, embora sem apresentar provas.
“Há uma intenção clara de boicotar a vontade do povo”, disse a candidata em uma entrevista coletiva na segunda-feira (7) na qual mostrou vídeos de mídia social para apoiar suas afirmações, e acusou apoiadores de Castillo de “roubar votos”.
O partido de Castillo, Peru Livre, respondeu no Twitter e “rejeitou” as acusações e disse que também havia sido vítima de tentativas de fraude, sem dar detalhes.
Os analistas esperam que um resultado próximo possa levar a dias de incerteza, tensão e talvez algum nível de inquietação, e as reivindicações de Keiko podem adicionar um fator explosivo a esse cenário.
Castillo, filho de camponeses, prometeu reformar a Constituição do país andino e as leis de mineração, assustando produtores de cobre e os mercados locais, que caíram drasticamente na segunda-feira após ele assumir a liderança da apuração.
“Tudo o que queremos agora é democracia, que tudo seja democrático. Que quem vencer, o outro aceite e não crie problemas”, disse Lili Rocha, eleitora de Lima depois que eclodiram algumas brigas na capital do país.
A vendedora ambulante Natalia Flores disse que não votou em nenhum dos candidatos, mas tem esperança de que o vencedor tirará o país da recente turbulência política e da pandemia.
“Quem quer que vença, acho que terá que fazer um bom trabalho porque no Peru a questão da pandemia é terrível para nós economicamente. O trabalho é instável”, disse ela. “Seja o Sr. Castillo ou a Sra. Keiko, espero que eles façam um bom trabalho nos próximos cinco anos.”
FONTE: CNN