Diante da crise, o presidente da Câmara afirmou “estar aberto a conversas e negociações para serenar”
O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), falou pela primeira vez depois dos atos desta terça-feira (7). O deputado não citou o presidente Jair Bolsonaro, mas deu recados importantes. Após ataques veementes de Bolsonaro ao Supremo Tribunal Federal (STF), ele se comprometeu a construir uma “ponte de pacificação” entre o Judiciário e o Executivo.
Diante da crise, o presidente da Câmara afirmou “estar aberto a conversas e negociações para serenar”. “A Câmara dos Deputados apresenta-se hoje como um motor de pacificação. Na discórdia, todos perdem, mas o Brasil e a nossa história tem ainda mais o que perder”, disse.
Lira disse que é preciso dar “um basta nesta escalada”, se referindo aos estímulos a atos antidemocráticos. O presidente da Câmara também afirmou que “não serão mais permitidas questionamentos a questão superadas”, citando a defesa do voto impresso.
“Bravatas em redes sociais, vídeos e um eterno palanque deixaram de ser um elemento virtual e passaram a impactar o dia a dia do Brasil de verdade. O Brasil que vê a gasolina a R$ 7 reais, o dólar valorizado em excesso e a redução de expectativas. Uma crise que, infelizmente, é superdimensionada pelas redes sociais, que apesar de amplificar a democracia estimula incitações e excessos”, reforçou o presidente da Câmara.
Mesmo com a movimentação de alguns parlamentares para a abertura de um processo de impeachment do presidente Jair Bolsonaro na Câmara, Lira não tocou no assunto. O tema voltou a ser ventilado nesta terça-feira (7), após o discurso de Bolsonaro nos atos do Dia da Independência em Brasília e em São Paulo.
“O único compromisso inadiável e inquestionável que temos em nosso calendário está marcado para 3 de outubro de 2022. Com as urnas eletrônicas. São nas cabines eleitorais, com sigilo e segurança, que o povo expressa sua soberania”, afirmou Lira.
O presidente da Câmara elogiou as manifestações de ontem (7). “Quero aqui enaltecer a todos os brasileiros que foram às ruas de modo pacífico. Uma democracia vibrante se faz assim: com participação popular, liberdade e respeito à opinião do outro”. Os atos desta terça eram temidos por enaltecer a violência. Manifestantes pró-governo ameaçavam invadir o Congresso Nacional e STF.
Durante o Sete de Setembro o presidente Jair Bolsonaro buscou mostrar força política para uma possível reeleição. Diante de apoiadores, tanto em Brasília, quanto em São Paulo, falou contra o Supremo Tribunal Federal (STF) e especialmente o ministro Alexandre de Moraes.
Fonte: Congresso em Foco