Para o candidato, ambos os concorrentes não apresentaram respostas às demandas da classe advocatícia
A Ordem dos Advogados do Brasil – Secção Piauí (OAB-PI) realizará, em novembro deste ano, novas eleições para a presidência do órgão. Concorrem ao pleito chapas formadas por candidatos a presidente, diretores, conselheiros federais, conselheiros seccionais e conselheiros fiscais. O grupo vencedor liderará a Ordem pelos próximos três anos.
Nesta segunda-feira (1º), o JT1 da Teresina FM recebeu o advogado Carlos Henrique, candidato da chapa “Coragem para Mudar”, que faz oposição aos outros dois candidatos do pleito. Segundo ele, tanto o atual presidente da Ordem, Celso Barros, quanto o candidato Raimundo Júnior priorizam outros interesses acima dos defendidos pela classe advocatícia.
“Durante a pandemia tivemos uma gestão omissa, que não esteve do lado da advocacia. Agora o presidente tenta a reeleição, algo que não era visto há mais de 20 anos. Por sua vez, o outro candidato se apresenta como opositor, mas ele e sua chapa nada fizeram para contribuir com os advogados, além de terem estado com Barros até as vésperas da eleição”, asseverou.
Para o candidato, o pleito paralelo do Quinto Constitucional, que escolherá desembargadores para o Tribunal de Justiça do Piauí (TJ) e o Tribunal Regional do Trabalho (TRT), sofre influências dos interesses de parlamentares e gestores municipais e estaduais, repercutidas na eleição da Ordem. Assim, enfatizou que assumiu o compromisso de lutar para que cada advogado seja representado em detrimento dos poderes políticos.
Em seguida, Henrique ressaltou as atitudes tomadas junto à advocacia durante a atual gestão. “Estive presente quando a Ordem determinou o desconto de 20% e 30% nas anuidades. Solicitei o retorno das atividades após meses de paralisação, bem como batalhei para que os recursos do Conselho Federal da OAB fossem repassados aos advogados. Pretendemos ainda apresentar um relatório detalhado ao TJ-PI a fim de solucionar seus problemas e tirar o estado do último lugar do ranking do Conselho Nacional de Justiça (CNJ)”, garantiu.
O advogado destacou que os mesmos grupos se revezam no comando da Ordem há mais de 20 anos e, portanto, uma necessária renovação é apresentada por sua chapa, da qual apenas 15% dos membros já ocuparam cargos na OAB anteriormente. Afirmou também que, caso eleito, não repetirá os atos de segregação política vistos na gestão atual, denunciados em vários relatos de membros prejudicados por terem o apoiado nas eleições passadas.
Na visão do candidato, é importante que haja um maior comprometimento dos magistrados, como no recente caso de um juiz de Caracol que zerou todos os seus processos. Citou as situações de juízes que não residem na comarca, permanecendo por apenas alguns dias, e outros que substituem colegas em grandes distâncias, como casos que comprovam a necessidade de mudança no Judiciário piauiense.
Por fim, elencou mais algumas medidas, como cursos de iniciação e imersão para recém-aprovados no exame da Ordem, suporte para advogados experientes prejudicados durante a pandemia e a contratação de profissionais para os núcleos regionais de defesa de prerrogativas. “Optar por nossa chapa, que conhece as principais demandas de nossa classe e não possui amarras políticas, é devolver a advocacia aos advogados”, completou.