Um vereador da base foi flagrado supostamente mandando o “recado”
O presidente da Câmara de Murici dos Portelas e prefeito da cidade, Raimundo Mutuca (PSD), estaria ameaçando de exoneração os servidores do Município que não confirmarem apoio à base governista na eleição suplementar. O pleito acontece no dia 13 de março deste ano e se deve à cassação da ex-prefeita Ana Lina (PSD).
Nossa reportagem recebeu um áudio em que o vereador Eneas Filho (PSD), líder do governo na Câmara de Murici, é flagrado supostamente repassando o “recado” do atual gestor. A pessoa (que não foi identificada) a quem ele se dirige seria terceirizada da prefeitura.
“Deixa eu te perguntar, se o Raimundo vier dizer assim: ‘rapaz, tem que conversar com todo mundo…[parte inaudível] para votar na Aurideia’, o que é que eu faço contigo, me diz aí? Eu levo ele aí para tu conversar com ele, certo?”, fala Eneas na gravação, que passou a circular em grupos de WhatsApp neste final de semana. Confira o áudio:
A Teresina FM tentou contato, via telefone, com Raimundo Mutuca e com Eneas Filho, mas nenhum atendeu às ligações.
Um vereador da oposição, que preferiu não se identificar, também procurou a reportagem da rádio dizendo ter registrado relatos de ameaças, por parte do prefeito, a servidores para evitar “traições”.
Raimundo Mutuca e o vereador Eneas são a favor da candidatura de Aurideia Santos ao executivo de Murici dos Portelas. Ela, que já foi prefeita da cidade, aguarda decisão da Justiça Eleitoral para saber se poderá concorrer ao cargo novamente.
Aurideia tentou disputar, pela quarta vez, o comando da prefeitura da cidade em 2020, mas teve o registro da candidatura indeferido. A ex-gestora foi condenada à pena de mais de 5 anos de prisão por crimes contra a administração pública e proibida de disputar cargos públicos por 8 anos.
Caso não consiga se viabilizar, Aurideia Santos deve colocar na disputa o filho Wanderson Santos Portela, conhecido como Dercim (PTB).
Neste domingo, 30, durante convenção, oposição homologou seus nomes; vão buscar a sucessão Chaguinha da Saúde e Isabel Cristina (vice), ambas do PSD. O grupo conta com o apoio do MDB, PT, PSB e Solidariedade.
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(com colaboração de Lilian Oliveira)