A audiência aconteceu nesta sexta-feira na Câmara de Teresina
Vereadores, representantes do SETUT (Sindicato das Empresas de Transportes Urbanos de Passageiros de Teresina) e o presidente da ETURB (Empresa Teresinense de Desenvolvimento Urbano), João Duarte, reuniram-se nesta sexta-feira (25), na Câmara Municipal de Teresina, para tratar sobre a bilhetagem eletrônica do transporte público da capital. Foi o segundo debate acerca do assunto só esta semana, e nem um pré-acordo aconteceu entre as partes.
A rodada de negociações promovida hoje, aliás, teve momentos de tensão. O que mais chamou a atenção foi o embate entre o vereador Enzo Samuel (PDT), que é da base do prefeito Doutor Pessoa (MDB), e o superintendente da Strans (Superintendência Municipal de Transportes e Trânsito), Cláudio Pessoa.
O parlamentar chegou atrasado na reunião e o gestor criticou o fato. Em resposta Samuel disse que Cláudio não vem sendo receptivo com os vereadores e exigiu respeito: “Você está na casa do povo e você me ofendeu, eu exijo respeito”.
Em entrevista a equipe da Teresina FM, o vice-presidente do Setut, Marcelino Lopes, salientou que a empresa assinou um acordo judicial passando toda a parte operacional da bilhetagem eletrônica para a prefeitura. Mas frisa que a parte comercial não faz parte do acordo.
De acordo com ele, em nenhum lugar do mundo o dinheiro arrecadado vai para o poder público primeiro para depois voltar para o ente privado. “Esse é o problema. Fora isso, estamos do lado da prefeitura para melhorar o serviço de transporte na capital”, disse.
Queda de braço
A ideia da prefeitura é colocar nas mãos da ETURB praticamente toda a operacionalização do sistema, incluindo a comercialização de passagens, o SETUT não aceita. Mas o problema central, de acordo com um vereador da oposição, que preferiu não se identificar, é outro.
Segundo o parlamentar, o executivo municipal quer colocar o dinheiro da comercialização numa conta única, a ser criada no Banco do Brasil, sem que os empresários tenham acesso. O SETUT quer ter o mesmo direito. Nem o sindicato nem os representantes da prefeitura confirmaram a informação.
“O principal objetivo do prefeito é o controle de dados, hoje a prefeitura de Teresina não tem o controle efetivo de quantos usuários usam o sistema. A gente precisa da bilhetagem para saber quem realmente usa esse sistema e saber em definitivo se o sistema é deficitário ou não”, defendeu João Duarte, o Pessoinha. Também compareceram na audiência realizada nesta sexta-feira os vereadores Edson Melo (PSDB), Paulo Lopes (PSDB), Renato Berger (PSD), Aluísio Sampaio (Progressistas), Luiz Lobão (MDB), Venâncio Cardoso (PSDB) e Vinício Ferreira (AVANTE), o secretário municipal de Governo, André Lopes, e o coordenador executivo do SETUT, Vinicius Rufino.
As partes devem se reunir novamente na próxima semana para ver se chegam a um acordo em torno da transferência da bilhetagem para a ETURB. A Câmara de Teresina deve realizar a segunda votação da proposta na segunda semana de março, a primeira aconteceu no último dia 15.
O sistema de bilhetagem eletrônica foi implantado, através do SETUT (Sindicato das Empresas de Transportes Urbanos de Passageiros de Teresina), em 2003 na capital piauiense, para estudantes. Em 2010 foi ampliado para outros os segmentos como: vale transporte, gratuidades e usuário avulso representando a inclusão e uniformidade do uso do sistema de transporte.
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Matéria de Wanderson Camêlo ( com colaboração de Lilian Oliveira)