Matéria de Wanderson Camêlo e Eric Souza

Chaguinha da Saúde (PSD), vencedora nas eleições suplementares de Murici dos Portelas, tomou posse oficialmente como prefeita, mas não do jeito que queria. A gestora precisou entrar na Justiça para que a solenidade acontecesse nessa segunda-feira (11), a contragosto do presidente interino da Câmara, Daniel de Sousa, também do PSD.

O vereador tentou adiar para o dia 20 deste mês a data da posse, alegando que o prédio do parlamento está passando por reforma, mas foi impedido pela Justiça. A liminar em favor do grupo vencedor das eleições foi deferida pela comarca de Buriti dos Lopes.

Chaguinha da Saúde, ao centro, acompanhada dos deputados Georgiano Neto, à esquerda, e Júlio César, à direita (Foto: Divulgação/Ascom)

“Como o prédio da Câmara estava desgastado, precisando ser reformado, perguntei ao chefe do cartório eleitoral se eu poderia adiar a posse em uma semana, o que foi confirmado. No entanto, o grupo da prefeita eleita entrou com um mandado de segurança e alegou que o espaço não necessitava de reforma, mesmo diante da falta de cadeiras suficientes para os próprios vereadores”, justificou o parlamentar.

Daniel seguiu a determinação, mas o plenário da Câmara não foi liberado para solenidade, que acabou acontecendo, segundo o vereador Charles Sales (PSD), da base aliada, na sala dos balancetes.

“Quando chegamos à Câmara, ele [Daniel] nos colocou em uma sala pequena, na qual estiveram presentes, além dos vereadores e da prefeita e da vice eleitas, o prefeito interino [Raimundo Mutuca, PSD] e os deputados Georgiano Neto [estadual] e Júlio César [federal, ambos do PSD]. A população ficou do lado de fora porque o presidente não aceitou sua presença no interior da Casa. Para mim, é um ato de desespero de quem ainda não admitiu a derrota”, alfinetou.

O presidente do parlamento municipal, contudo, nega as alegações. “Não houve posse na sala dos balancetes, esse cômodo sequer tinha identificação, assim como todos os outros. Tive de mandar, às pressas, pintar e colocar lâmpadas em outra sala para receber a cerimônia”, afirmou.

Eleições em Murici dos Portelas

As eleições suplementares para prefeito e vice-prefeito de Murici dos Portelas aconteceram em 13 de março. A candidata Francisca das Chagas Correia de Sousa, mais conhecida como Chaguinha da Saúde (PSD), foi eleita por 55,35% (2.422) dos votos.

Eleitores aguardam em fila de votação em Murici dos Portelas (Foto: Divulgação/TRE-PI)

Em segundo lugar veio a ex-prefeita Aurideia Santos (PTB), com 44,65% (1.954) dos votos, cuja candidatura havia sido indeferida pela Justiça Eleitoral; mesmo assim, o partido da candidata recorreu da decisão e conseguiu incluí-la no pleito na condição de “anulada sub judice“.

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) decidiu cassar, em novembro do ano passado, o mandato da prefeita de Murici dos Portelas, Ana Lina Cunha (PSD), e ordenou a realização de novas eleições.

Os ministros decidiram que Ana Lina não poderia ter sido candidata em 2020, uma vez que, no mandato anterior (2016-2020), ela ainda estava casada com o então prefeito do município, Ricardo Sales.

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