Pré-candidato ao Senado garante que apoio do governo federal ao Piauí independe de quem vença as eleições em outubro
O ex-prefeito Joel Rodrigues (Progressistas), à frente da gestão municipal de Floriano por quatro mandatos, foi escolhido pelo grupo do ministro Ciro Nogueira, também do PP, como pré-candidato da oposição ao Senado Federal, sendo concorrente direto do ex-governador Wellington Dias (PT).
Ao apontar deficiências da atual gestão estadual, Joel destacou a insegurança vivida pela população piauiense, motivada principalmente pela ascensão de facções criminosas de norte a sul do estado.
“As pessoas costumam olhar somente para Teresina, mas outras cidades também sofrem com o descaso na segurança pública. Ontem testemunhamos um carro da polícia puxando outro de forma irregular em Luís Correia. Falta viaturas, falta combustível, para onde estão indo os recursos?”, questionou em entrevista ao JT1 da Teresina FM nesta segunda-feira (30).
O pré-candidato elencou ainda os altos preços dos combustíveis no Piauí, influenciados, segundo ele, pela alíquota do ICMS, uma das maiores do Brasil: para cada R$ 100 de gasolina, R$ 31 são destinados, em impostos, ao governo estadual. Além disso, citou a estrutura precária dos hospitais regionais, nos quais os pacientes sofrem nos corredores, sem assistência, e onde falta até mesmo ambulâncias.
“Em certos casos, a espera por um exame de ultrassonografia ou endoscopia leva um ano inteiro. Quantas mulheres morrem porque têm de aguardar um, dois anos na fila para realizar um diagnóstico precoce de câncer de mama, por exemplo?”, lembrou.
Outra crítica feita pelo ex-prefeito disse respeito à rede pública estadual de ensino. O entrevistado comentou que, embora Wellington Dias afirme que a educação foi seu maior “legado”, os professores estão em greve há mais de três meses porque não recebem o reajuste de 33,23% determinado pelo Ministério da Educação, apesar de o estado ter recebido R$ 1,6 bilhão dos precatórios do Fundo de Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb).
Como resposta a todas essas questões, o pré-candidato do Progressistas reiterou: “Nosso plano de governo [das oposições], construído por uma equipe de especialistas e técnicos, já está preparado, mas ainda recebe sugestões da própria população”.
Um de seus principais desafios é vencer o relativo desconhecimento de grande parte da população do Piauí. Nesse sentido, o próprio Ciro prometeu anunciar um apoio de “grande importância” à pré-candidatura de Joel, que abalaria a chapa de situação liderada por Wellington.
“Já contamos com 116 prefeitos e muitos outros líderes acertados conosco ao redor do estado. No entanto, é preciso fortalecer esse projeto de oposição ainda mais na capital. Portanto, aguardaremos para saber o nome que nos apoiará”, disse sem maiores detalhes.
Ainda sobre apoios, o pré-candidato a senador deixou claro que os oposicionistas representam um plano estadual e, por esse motivo, não irá vinculá-lo, a princípio, com nenhum nome em âmbito federal. Na visão de Joel, o Piauí precisará do auxílio de Brasília seja quem assumir a cadeira do Palácio do Planalto em janeiro do ano que vem.