Pré-candidata do PSTU à presidência da República considera que ambos os políticos não privilegiam a classe trabalhadora
A pré-candidata do PSTU à presidência da República, Vera Lúcia Salgado, veio ao Piauí na segunda-feira (20) para participar do lançamento das pré-campanhas do partido aos cargos majoritários e proporcionais no estado. A socióloga destacou que os principais objetivos da legenda são o combate à fome, ao desemprego e aos constantes ataques à natureza.
“Queremos construir um projeto que responda às necessidades urgentes da classe trabalhadora. A crise econômica que se abate sobre a população é parte da crise do capitalismo a nível mundial, e os setores da burguesia se beneficiam com os prejuízos acarretados às camadas mais empobrecidas”, avaliou em entrevista ao JT1 da Teresina FM nesta terça-feira (21).
De acordo com Vera, resolver o problema da fome é uma das maiores urgências na conjuntura atual. A presidenciável mencionou que 33 milhões de brasileiros atravessam essa situação em um dos países líderes na exportação de alimentos.
“É preciso que confrontemos diretamente os 315 indivíduos mais ricos do país, que são multimilionários. Também é necessário estatizar as seis maiores empresas do país e colocá-las nas mãos dos trabalhadores, para que a partir daí haja produção, coordenação de serviços e geração de empregos”, pontuou.
Na visão da socióloga, os governos de Lula e Dilma Rousseff, ambos do PT, traíram os interesses dos trabalhadores ao se aliarem aos grandes empresários e banqueiros, além de terem ocasionado a ascensão do atual presidente Jair Bolsonaro (PL), cuja gestão, segundo a pré-candidata, é “genocida, corrupta, violenta e autoritária”.
“Bolsonaro busca governar o país com mão de ferro, acabando com todas as liberdades democráticas. Derrotá-lo constitui uma tarefa fundamental, mas a via eleitoral não é a única forma de fazê-lo, como tenta nos convencer a burguesia. Acreditamos que a classe operária deve ocupar as ruas para cumprir esse objetivo ao invés de simplesmente delegá-lo nas urnas”, salientou.
A entrevistada observou que uma eventual vitória de Lula nas eleições de outubro não irá significar o fim do bolsonarismo e dos demais movimentos de extrema direita. Segundo Vera, tais organizações buscam atender aos interesses das madeireiras, das mineradoras, dos latifundiários e dos bancários, passando por cima da própria natureza, dos povos ribeirinhos e dos ativistas ambientais, sendo cúmplice de tragédias como a que ocorreu com o indigenista Bruno Pereira e o jornalista Dom Phillips.
“Caso Lula vença, permaneceremos ao lado da classe trabalhadora. Assim como o presidente, o petista também governou para a parcela mais rica da população. A dinâmica da economia mundial permitiu que fizesse algumas concessões ao povo pobre, as quais logo foram retiradas na primeira ventania de crise do sistema capitalista. Se ele continuar com o projeto que abraça Geraldo Alckmin e Renan Calheiros, os trabalhadores seguirão recolhendo migalhas”, finalizou.