Parlamentar do Progressistas critica gestão estadual por supostas irregularidades, enquanto membros do PT defendem governo
Agência Nordestina de Notícias (ANN)
Essa é a terceira de uma série de cinco reportagens sobre a Operação Topique. Na quarta-feira (24), você viu que alunos da rede municipal de Porto Alegre do Piauí têm reprovado por falta, devido à ausência de transporte escolar, desde o desbaratamento da operação.
A Operação Topique tem sido, desde a sua deflagração, motivo de embates entre políticos da oposição e os ligados ao governo do Piauí. O deputado estadual Gustavo Neiva (Progressistas) exalta o trabalho realizado durante as investigações e critica a atual gestão do Palácio de Karnak que, para ele, não leva a educação a sério.
“O trabalho da Justiça Federal, do Ministério Público Federal (MPF) e da Polícia Federal desbaratou um dos maiores escândalos de corrupção da história do estado. Este fato torna-se ainda mais grave pois diz respeito à educação, a prioridade máxima de toda gestão. É triste que, depois de tantos anos, o governo estadual não tenha sequer encarado esse cenário como uma lição pedagógica”, observa.
O parlamentar também lamenta que, por falta de quórum, não tenha sido instaurada na Assembleia Legislativa uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) a fim de apurar as irregularidades apontadas pela operação.
“A CPI, apesar de ser um instrumento da minoria, necessita que, no mínimo, dez dentre os 30 deputados assinem seu pedido de instauração. Todos sabem, no entanto, que a oposição não dispõe, atualmente, dessa quantidade de integrantes”, explica.
Entre os confrontos registrados na Alepi em relação à Topique há um ocorrido no ano de 2020, em meio à terceira etapa da operação. Na oportunidade, o deputado estadual Franzé Silva (PT) afirmou que era “muito claro” que a Polícia Federal agia por ordem direta do presidente Jair Bolsonaro (PL).
Já o ex-companheiro de partido Ziza Carvalho (hoje no MDB) se solidarizou com o então governador Wellington Dias e a então primeira-dama Rejane Dias, ambos do PT e investigados pela Topique. O parlamentar recorreu ao mesmo raciocínio de que o presidente da República determinava as buscas e apreensões em residências de autoridades de oposição ao governo federal nos estados.
Outro deputado petista, João de Deus, fez elogios a Wellington e lamentou que a oposição estadual considere a investigação, ainda não concluída, como fato consumado.
Mais um parlamentar do PT (hoje no Solidariedade) que foi à tribuna para falar sobre a Topique foi Paulo Martins, que declarou haver “pessoas maldosas” em torno da operação.
A reportagem da Teresina FM tentou ouvir, além de Franzé Silva, outros três deputados petistas (Fábio Novo, Francisco Costa e Francisco Limma) a respeito das críticas feitas por Gustavo Neiva. Entretanto, as assessorias dos políticos disseram que nenhum dos quatro querem se posicionar sobre o assunto.