Ministra Claudia Bucchianeri entendeu que petista pediu votos para si e para Wellington Dias, candidato ao Senado
O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) multou o ex-presidente Lula (PT), candidato à presidência da República, por propaganda eleitoral antecipada cometida durante evento de pré-campanha realizado em Teresina no último dia 3 de agosto.
A sessão da Corte, realizada nesta terça-feira (13), impôs o valor de R$ 10 mil e determinou ainda a proibição da veiculação de trecho de material publicitário sobre o evento.
As representações consideradas procedentes pelo TSE foram ajuizadas pelo PDT, partido do presidenciável Ciro Gomes, e por Felipe D’Ávila, candidato do Novo ao Palácio do Planalto.
Segundo as ações, no decorrer do ato público intitulado “Vamos Juntos pelo Brasil e pelo Piauí”, Lula teria feito pedido explícito de voto antes do período permitido para a propaganda eleitoral.
Na visão da ministra Claudia Bucchianeri, relatora dos processos, o líder petista expressou nominalmente a própria candidatura e a do colega de partido Wellington Dias, que concorre ao Senado Federal.
“Entendi que, em um pequeno trecho da fala, [Lula] incidiu no mínimo de proibitivo […]: ‘Queria pedir para vocês, cada homem e cada mulher do Piauí, que têm disposição de votar no Wellington, que no dia 2 de outubro votem em mim'”, analisou.
Os demais membros do TSE acompanharam integralmente a relatora, com exceção do ministro Ricardo Lewandowski, que ponderou não haver mais necessidade de restrição do trecho uma vez que a campanha eleitoral já se encontra em pleno vigor.
O ex-presidente Lula, pré-candidato do PT à presidência da República, participou nesta terça-feira (3) de um ato público na zona Leste de Teresina, ao lado dos petistas Rafael Fonteles, que concorre ao governo do Estado, e Wellington Dias.
Lula subiu ao palco principal por volta das 19h15, acompanhado de Fonteles e Wellington, além da governadora Regina Sousa (PT), do candidato a vice-governador Themístocles Filho (MDB) e do senador Marcelo Castro (MDB). O presidenciável não poupou o atual presidente Jair Bolsonaro (PL), a quem chamou de “genocida”.
“O povo do Piauí deu uma demonstração de grandeza ao recuperar a bandeira do Brasil para o povo brasileiro. Não iremos permitir que o genocida que está em Brasília, que não derramou uma lágrima pelas 700 mil vítimas da Covid, pelas pessoas que morreram nas enchentes do Nordeste e em Petrópolis, que não conversa com sindicatos, quilombolas e indígenas, se apodere dos nossos símbolos nacionais”, disparou.
Além de Lula, estiveram presentes em sua comitiva, vinda de Campina Grande, na Paraíba, a esposa Rosângela “Janja” Silva; o vice-presidente nacional do PT, Marcio Macedo (PT-SE); o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP); e o ex-coordenador e idealizador do programa Fome Zero, José Graziano.