Felipe D’Ávila, afirmou que a declaração é uma traição aos valores liberais
Em entrevista à Folha de São Paulo, o fundador do Partido Novo, João Amoêdo, declarou voto em Lula no 2º turno das eleições de 2022, apesar de manter as críticas ao PT, lembrando de casos como mensalão e petrolão.
Amoêdo ressaltou que não concorda com nenhum dos dois, e que será oposição desde o primeiro dia. No entanto, ele frisou que seu direito de oposição tem mais chance de ser preservado com Lula do que com Bolsonaro.
Em 2018, Amoêdo foi candidato à presidência e terminou a campanha com 2.679.745 votos. No segundo turno entre Jair Bolsonaro, até então filiado ao PSL, e Fernando Haddad (PT), o empresário optou por apoiar Bolsonaro.
Nestas eleições, Amoêdo aponta como um dos principais motivos para a decisão a recente declaração de Bolsonaro sobre alterar a composição do STF. “A proposta, de aliados do governo, de aumentar o número de ministros do STF é um risco grave para a independência dos Poderes”, afirmou.
“Bolsonaro, se reeleito, indicaria a maioria da Corte. Este foi um dos passos de Hugo Chávez para transformar a Venezuela em uma autocracia”, afirmou João através das redes sociais”, acrescentou.
No entanto, após divulgar a decisão, Amoêdo recebeu diversas críticas de colegas de partido. O candidato à Presidência do partido Novo, Felipe D’Ávila, afirmou que a declaração é uma traição aos valores liberais.
A declaração de voto de Amoedo ao Lula é uma traição aos valores liberais, ao partido Novo e a todas as pessoas que criaram um partido para livrar o Brasil do lulopetismo que tantos males criou ao Brasil.
Amoedo: pega o boné e vai embora. Você não representa os valores liberais— Felipe D’Avila (@fdavilaoficial) October 15, 2022
O deputado federal do Rio Grande do Sul, Marcel van Hattem (Novo), sugeriu a expulsão de Amoêdo.
João Amoêdo há muito tempo não me representa. Declarar voto em Lula, ex-presidiário que ataca todos os valores liberais e conservadores, confirma quão longe Amoêdo está dos meus valores e do @partidonovo30 . Se ainda lhe falta dignidade para se desfiliar, que seja expulso. https://t.co/BGtr7j6whG
— Marcel van Hattem (@marcelvanhattem) October 15, 2022
O presidente do partido Novo, Eduardo Ribeiro, classificou a decisão de seu antecessor de “Vergonhosa, constrangedora e incoerente”. “O PT e o Lula representam tudo o que o nosso partido sempre combateu. Essa é a prova final de que o Novo nunca mudou, quem mudou foi o João”, disse Ribeiro.
O NOVO foi fundado em 12 de fevereiro de 2011, por 181 cidadãos de 35 profissões diferentes e oriundos de dez estados da Federação. Em 2015 foi validado oficialmente como partido. Nas eleições de 2018, fizeram oposição ferrenha a Fernando Haddad (PT) e Jair Bolsonaro.