O fato aconteceu nesta quarta-feira (2)
A jornalista Mikaela Ramos, do portal piauiense GP1, denuncia que foi ameaçada e xingada por pessoas que participavam de uma manifestação em prol do presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), na frente do 25° Batalhão de Caçadores, Centro de Teresina. O evento aconteceu nesta quarta-feira, 02.
“Nunca senti medo de ser agredida. Nunca fui tão hostilizada em toda a minha vida. Fui chamada de vagabunda apenas por estar fazendo o meu trabalho”, destacou a jornalista, via Instagram, logo após o episódio.
No perfil Mikaela também compartilhou um vídeo com trecho de fala de uma mulher, que integrava a manifestação, esbravejando contra profissionais da imprensa que cobriam o ato.
“Não vamos dar entrevista, por favor, não vamos dar entrevista. Eles [jornalistas] vão vender a sua entrevista”, grita a mulher em um megafone.
Ela, assim como boa parte dos manifestantes que aparecem no vídeo, vestem camisas nas cores verde e amarelo. Vários desses foram flagrados pedindo intervenção militar no país, o que é crime.
O Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado do Piauí (Sindjor-PI) e a Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) se manifestaram por meio de nota repudiando os ataques contra a imprensa na ocasião.
Confira a nota:
O Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado do Piauí (Sindjor-PI) e a Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) repudiam, veementemente, todos os ataques e as tentativas de intimidações contra equipes de jornalistas das empresas de comunicação de Teresina, vivenciados na manhã desta quarta-feira, (2), em frente ao 25º Batalhão de Caçadores, localizado no Centro, durante a cobertura de protestos, causados por manifestantes insatisfeitos com o resultado das eleições presidenciais no país.
A violência contra jornalistas, até então apurados, das empresas G1 Piauí e GP1, TV Antena 10, Portal Viagora, TV O Dia que realizavam a cobertura dos protestos, quando manifestantes acuraram, intimidaram e agrediram verbalmente e até arrancaram a máscara de proteção facial, que uma estagiária de jornalismo utilizava. Isso sob a seguinte orientação “nenhum dos apoiadores falasse com a imprensa”. Atitudes estas que cerceiam a liberdade de imprensa, o exercício do jornalismo e o papel social do jornalista de informar à sociedade.
Estamos vivenciando momentos de intensas violências contra nossos profissionais, em que tentam nos atacar durante o nosso exercício profissional e até virtualmente. São discursos de ódio proferidos repetidas vezes, na tentativa de nos calar, de nos intimidar e, especialmente, deslegitimar a importância da nossa profissão para a sociedade.
Nosso trabalho diário requer a apuração, a contextualização e ouvir lados possíveis, trabalho árduo que tem contribuído, inclusive, para combater as ondas de Fakenews, tão presentes ao longo das últimas eleições. Não vamos nos calar e muito menos nos intimidar!
Nossa solidariedade aos jornalistas, fotógrafos, cinegrafistas de todas as empresas afetadas, tais como: Mikaela Ramos, jornalista do GP1; Rayanna Mousinho, jornalista da TV Antena 10, Sthefany Negreiros repórter do Portal Viagora, e Eliézer Rodrigues, da TV O Dia.
Confira o vídeo abaixo: