O objetivo dos procuradores é recolher evidências que ajudem a esclarecer por que essas autoridades deixaram de tomar providências efetivas para evitar as ações de vandalismo.
Matéria de Rebeca Vieira
O governador afastado do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, é alvo de mandados de busca e apreensão na tarde desta sexta-feira (20). A Procuradoria-Geral da República (PGR) é responsável por cumprir cinco mandados contra Ibaneis e também contra o ex-secretário executivo de Segurança Pública do DF, Fernando de Souza Oliveira. A Polícia Federal (PF) também participa da operação.
O objetivo dos procuradores é recolher evidências que ajudem a esclarecer por que essas autoridades deixaram de tomar providências efetivas para evitar as ações de vandalismo.
Os mandados de busca correspondem:
Ibaneis Rocha e Fernando Oliveira são investigados no inquérito que apura a conduta de autoridades durante os atos terroristas que aconteceram na Praça dos Três Poderes no último dia 8 de janeiro. A solicitação para investigar o ex-governador e o ex-secretário executivo veio do Grupo Estratégico de Combate aos Atos Antidemocráticos da PGR e foi autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal.
Na última sexta-feira (13), o ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal) abriu inquérito para apurar a conduta de Ibaneis e de Anderson Torres, ex-ministro de Bolsonaro e ex-secretário de Segurança do DF, durante os atos golpistas do dia 8. Em depoimento à Polícia Federal, também na sexta passada, Ibaneis falou que a responsabilidade de garantir a segurança na capital federal era integralmente da Secretaria de Segurança, ocupada por Torres. Ele foi exonerado do cargo após os atos.
O governador acrescentou que foi “absolutamente surpreendido com a falta da resistência exigida para a gravidade da situação por parte da PM/DF”, e que ficou revoltado quando viu cenas de alguns policiais se confraternizando com manifestantes. Ibaneis foi afastado por 90 dias do governo do Distrito Federal por determinação do STF, que considerou que ele não agiu para conter os atos de violência.
Dois piauienses foram apreendidos por participação na invasão aos edifícios dos Três Poderes em Brasília no segundo domingo de janeiro de 2023. O barbeiro João Oliveira Antunes Neto, de 19 anos, se identifica nas redes sociais “jovem cristão pregador do evangelho de Jesus Cristo”. A Secretaria de Segurança Pública do Piauí publicou uma nota, afirmando que João está entre os presos acusados do ato.
A Secretaria Estadual de Segurança Pública, através do Gabinete de Crise Contra Antidemocráticos, esclarece que o homem identificado como João de Oliveira Antunes Neto, 19 anos, piauiense, está entre os presos em Brasília. Contudo é importante destacar que este já estava residindo em Brasília, não saiu do Piauí para participar dos atos ocorridos no último dia 08 de janeiro.
A segunda pessoa apreendida é Edigleuma Maria da Rocha. A mulher, de 46 anos, estava detida na penitenciária feminina do Distrito Federal (DF), conhecida como Colmeia, mas foi solta por decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Ela deverá cumprir, no entanto, medidas cautelares, como usar tornozeleira eletrônica e não acessar redes sociais.