O deputado federal solicitou a presença de Roberto Campos após críticas de Lula ao gestor
Matéria de Lays Viana
O deputado federal Merlong Solano (PT-PI) apresentou requerimento solicitando a presença do presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, ao Congresso para prestar esclarecimentos na Comissão Mista de Orçamento (CMO) sobre a política monetária do banco.
A iniciativa foi tomada após o presidente Lula tecer críticas ao gestor da autoridade monetária, na última terça-feira (18), em entrevista à emissora CBN, quando ele alegou que Campos Neto tem lado político e estaria trabalhando para prejudicar o país.
As insatisfações do presidente da República estariam motivadas por ligação do chefe do BC com o governador de São Paulo, Tarcísio Freitas (Republicanos), possível adversário de Lula nas eleições de 2026.
O comparecimento do presidente do BC à audiência é facultativo por se tratar de um convite.
Nesta sexta-feira (21), Merlong Solano contou à imprensa que seu pedido deve-se ao anúncio da meta para a taxa básica de juros do Brasil (Selic) pelo Comitê de Política Monetária (Copom), definida em 10,5%.
“A taxa de juros regula a atividade econômica do país. Quando ela é muito alta, fica caro investir e fica caro consumir. A maioria das pessoas compra a crédito. Se o juros está alto, para comprar uma geladeira a pessoa vai ter que pagar muito imposto, muitos juros. Portanto, a geladeira fica mais cara. Então, os juros altos diminuem o consumo e encarecem os investimentos por parte das empresas. Portanto, eles inibem a economia. Essa é a grande questão. E no Brasil a inflação está em 3,9% , não justifica uma taxa básica de juros de 10,5%, porque quando a taxa básica de juros é 10,5% os juros que chegam ao cidadão chegam a 30, 40, 50, 60%. Por isso a minha solicitação de convocação para que ele vá lá nos explicar as razões para esse tipo de política”, pontuou o deputado federal.