Médico afirmou que o risco de efeitos colaterais são mínimos e a negação da vacina configura perigo à sociedade
Desde o início da pandemia de Covid-19, mais de dez vacinas foram fabricadas, comercializadas e administradas em todo o mundo, como parte essencial dos esforços para conter a disseminação do vírus. No Brasil, o Ministério da Saúde adotou quatro imunizantes: Coronavac (Sinovac/Butantan), Astrazeneca/Fiocruz, Pfizer/BioNTech e Janssen, esta última administrada em dose única.
Para Sérgio Nishioka, consultor independente da Organização Mundial de Saúde (OMS), a eficácia das vacinas é muito superior aos prováveis riscos que podem apresentar. “A vacina funciona, é segura e ainda que ofereça a possibilidade de efeitos colaterais, trata-se de um percentual muito pequeno”, afirmou em entrevista ao JT1 da Teresina FM.
O médico ressaltou os prejuízos acarretados pela negação da vacina àqueles que tomam a decisão e também à sociedade em geral. Lembrou que mesmo quem contraiu Covid-19 pode ser infectado novamente, além de transmitir a doença para pessoas próximas. Assim, a pretensa “imunidade de rebanho” não substitui de forma alguma a vacinação.
A respeito do comportamento negacionista promovido por políticos, médicos e jornalistas, Nishioka considera que estas autoridades prestam um desserviço à população. “Goste-se ou não delas, tais personalidades detêm influência e espaço na mídia muito grandes, o que leva as pessoas a confiarem no que dizem”, pontuou.
Sobre os estudos acerca da intercambialidade de vacinas, o consultor destacou a existência de evidências positivas para a maioria das combinações. Acrescentou que, a princípio, parecem sugerir que doses de fabricantes diferentes funcionam tão bem quanto doses de um único laboratório, embora haja a necessidade da realização de mais pesquisas.
Nishioka ainda salientou a atuação do Instituto Butantan e da Fundação Oswaldo Cruz, colaboradores dos laboratórios Sinovac e Astrazeneca, respectivamente, na fabricação de vacinas contra o novo coronavírus.
“Nesse sentido temos um certo privilégio em relação aos outros países, que precisam importar os imunizantes já prontos. Por ora, não há quantidade suficiente para imunizar a população inteira, mas em breve chegaremos lá”, concluiu.