Dirigentes do sindicato condicionam a volta às aulas à vacinação completa de profissionais e estudantes
O Sindicato dos Trabalhadores da Educação do Piauí (Sinte) manifestou oposição à determinação de volta imediata às aulas presenciais na rede estadual de ensino, anunciada na última quarta-feira (13) pela Secretaria de Estado da Educação (Seduc).
De acordo com a presidente do sindicato, Paulina Almeida, o retorno só pode ocorrer com a imunização completa dos estudantes. “Não basta que os professores e funcionários estejam vacinados, mas os alunos também precisam concluir o esquema vacinal. Além disso, a maioria das escolas do Piauí não oferecem as condições sanitárias mínimas para que este público retorne ao ensino presencial”, declarou à reportagem da Teresina FM.
A professora defendeu ainda a convocação de um conselho escolar formado por educadores, estudantes, pais, gestores e representantes da sociedade, a fim de observar as condições atuais, traçar projetos de contenção à doença e determinar se é possível voltar às aulas.
“Sabemos que os índices de contágio pela Covid-19 têm apresentado reduções significativas, mas precisamos continuar observando os cuidados necessários”, afirmou a presidente.
Além da vacinação incompleta dos estudantes, a diretora da Secretaria da Mulher do Sinte, Antônia Ribeiro, reforça as condições insuficientes apresentadas pelos locais de ensino. “Visitamos várias escolas nos últimos meses e verificamos graves falhas estruturais. Diante de todos esses fatores, não há a mínima condição de retornar presencialmente a partir de segunda, como prevê a Seduc”, asseverou.
Para Ribeiro, os trabalhadores da educação devem permanecer nos sistemas remoto e híbrido, já utilizados na rede estadual, até que a população piauiense alcance a imunização total.
Procurada pela reportagem da Teresina FM, a Seduc divulgou a seguinte nota:
O retorno presencial vem ocorrendo gradativamente nas escolas da rede estadual desde o início do segundo semestre deste ano, respeitando os protocolos de segurança e em diálogo constantes com as famílias, as escolas e os profissionais de educação.
O Governo do Piauí e a Seduc prezam pelo retorno seguro das atividades escolares de forma presencial, e para chegar a essa decisão foram avaliados os índices da doença, com a redução de casos e ocupação dos leitos hospitalares; e também foi levado em conta o avanço da vacinação da população, em especial os profissionais da educação e adolescentes.
Os professores e outros trabalhadores da educação já tomaram as duas doses da vacina e mais 130 municípios já iniciaram a imunização de adolescentes. Esse cenário, as últimas recomendações do COE e os investimentos feitos na adequação das escolas, compra de EPIs para garantir que as unidades de ensino cumpram os protocolos, trazem segurança para ampliar o número de estudantes de forma presencial nas escolas.
Todos os protocolos sanitários, como uso obrigatório de máscara, distanciamento de 1,5 metro entre as pessoas, higienização frequente das mãos e outras medidas exigidas pelos protocolos emitidos pelo Comitê Técnico do Centro de Operações Emergenciais em Saúde Pública (COE) serão mantidos.
Atualmente, 512 escolas estaduais então funcionando com o sistema híbrido e 147 remoto. São 59.794 estudantes atendidos de forma híbrida e 162.431 de forma remota.
As escolas apresentaram plano para o retorno seguro, e a Seduc, por sua vez, faz o monitoramento dessas unidades, visando garantir total condição para receber o estudante no chão da escola.