O fato foi registrado em um vídeo, que circula em grupos de WhatsApp
A deputada estadual Teresa Britto (PV) se envolveu em uma confusão no Hospital Justino Luz, em Picos, Sul do Piauí. Ela, que integra a Comissão de Saúde da Assembleia Legislativa do Estado (Alepi), e uma mulher responsável pela coordenação da unidade bateram boca por conta, segundo denúncia apurada pela nossa reportagem, de uma fiscalização que a parlamentar fazia no local.
O fato foi registrado em um vídeo, que circula em grupos de WhatsApp, feito com um telefone celular. Não se sabe quem foi o responsável pela gravação.
A ação aconteceu na última quinta-feira (12). De acordo com a assessoria de imprensa de Teresa Britto, a servidora (identificada apenas como Érica) do hospital tentou evitar com que a deputada realizasse a vistoria.
Não é possível entender por completo o que as duas falam, mas fica evidente em uma passagem do vídeo que a servidora do hospital diz que o ex-governador Wellington Dias (PT) é o chefe da deputada, que, devido à federação do PV com o PT, agora faz parte (pelo menos no papel) da base aliada.
“Wellington Dias meu chefe, meu chefe?”, retruca Teresa. Logo depois, ela lê para a servidora um artigo da Constituição do Estado do Piauí e acrescenta: “Eu tenho o direito de entrar em qualquer lugar desse hospital”.
Com a mulher o tempo todo ao lado fazendo questionamentos, a deputada encerra a discussão, pede licença e se direciona a dois pacientes perguntando como está sendo o atendimento no local.
Tentamos contato com a o Hospital de Picos através da Fundação Piauiense de Serviços Hospitalares (Fepiserh), que administra a unidade, mas não houve retorno até o fechamento desta matéria.
A assessoria de imprensa da fundação destacou apenas, na sexta-feira (13), que iria procurar a direção do hospital para que pudesse elaborar um posicionamento.
Na semana passada, integrantes do Sindicato dos Médicos do Piauí (Simepi) também estiveram no Hospital Justino Luz realizando uma fiscalização.
“Na vistoria realizada foram encontradas condições impróprias para o exercício do trabalho médico, que vão desde a falta de higiene básica, como banheiros desestruturados e fios desencapados que colocam em risco os médicos que ali trabalham. Também não foram apresentados os programas de promoção, prevenção e proteção da saúde e segurança do trabalho médico”, destacou a entidade, por meio de suas redes sociais, na sexta-feira.
O sindicato destacou ainda que os pontos a serem melhorados foram listados e deixados com a diretoria do hospital, que se comprometeu a apresentar resultados em 90 dias.