Médico reforça importância do diagnóstico precoce e medidas de prevenção das doenças
O aumento considerável de casos de dengue e outras viroses transmitidas por mosquitos, como zika e chikungunya, em Teresina tem preocupado especialistas. Segundo o médico infectologista Eduardo Mendes, o risco de morte, especialmente em casos greves, não pode ser ignorado.
“As infecções não têm sido registradas somente nas emergências e consultórios, mas também em leitos de internação, destinados aos pacientes com formas graves das doenças. Felizmente não estamos registrando óbitos em sequência, mas pedimos atenção às medidas de prevenção”, alertou em entrevista ao JT1 da Teresina FM nesta quarta-feira (25).
Dentre os principais sintomas das viroses estão febre persistente, dor de barriga de moderada a grande intensidade, moleza no corpo, recusa alimentar, vermelhidão na pele, vômitos e até mesmo desmaio por pressão baixa. Nessas condições, deve haver encaminhamento imediato ao serviço de saúde para a avaliação de um profissional.
“Não há como afirmar categoricamente que um sintoma específico corresponda a uma doença determinada, sobretudo em um período de alta incidência de casos, sem falar na gripe e na própria Covid. Entretanto, a forma do tratamento segue a mesma na maioria das situações”, pontuou o infectologista.
Eduardo explicou ainda a necessidade do diagnóstico etiológico, que determina a presença do vírus no organismo, nas gestantes e nos demais indivíduos. Para as pessoas grávidas, o exame deve ser feito o mais precocemente possível, a fim de evitar o risco de contraírem zika, que pode causar microcefalia no feto.
“Já o restante da população deve iniciar os cuidados assim que registrarem os primeiros sintomas, pois os exames mais acessíveis só são eficientes após o oitavo dia, quando a doença avança bastante se não for tratada”, esclareceu.
Quanto ao controle dos sintomas, o médico afirmou que a recomendação geral envolve hidratação, repouso e uso de medicações. No caso de chikungunya, por exemplo, que possui uma frequência maior de lesões articulares e inflamações nas juntas, não bastam somente os analgésicos, mas também o tratamento particular de um especialista.
O entrevistado lembrou que, da mesma forma que o ser humano pode ser infectado por mais de um vírus, o mosquito também está sujeito a essa possibilidade.
“É muito comum que as pessoas reclamem da falta de cuidado dos outros, mas muitas vezes elas mesmas não praticam o que criticam nos demais. Portanto, evitar os criadouros dos mosquitos, adotar o uso de repelentes – sobretudo no final da tarde – e identificar os casos de dengue em sua fase inicial são hábitos fundamentais”, finalizou.