25/11/2024

Saúde

Médico reforça deveres dos profissionais de saúde no combate à violência obstétrica

Obstetra afirmou ainda que os conselhos federal e regionais de medicina devem “fiscalizar” e não “proteger agressores”

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Publicado por: FM No Tempo 18/07/2022, 12:12

O atendimento às gestantes durante o parto ganhou destaque no debate público após o caso de um médico anestesista que abusou sexualmente de uma mulher grávida em plena cesariana, no Rio de Janeiro, há uma semana.

Para o médico obstetra Jailson Costa, a formação desses profissionais visa cuidar de pessoas e oferecer assistência “de qualidade” e “respeitosa” às famílias das mulheres atendidas.

Foto: Teresina FM

“É lamentável que um indivíduo travestido de médico tenha cometido essa barbaridade”, afirmou ao JT1 da Teresina FM nesta segunda-feira (18).

Costa explicou que há realidades distintas nas redes pública e particular de saúde. A primeira conta com um formato exclusivo de plantão, ao qual o acesso do público deve ser livre, gratuito e integral; já a segunda possui regramentos e normativas próprias, geralmente vinculadas aos convênios.

“As pacientes podem escolher serem atendidas pelos obstetras de plantão ou pelos profissionais que as acompanharam durante o pré-natal. Os plantonistas se revezam durante 24 horas, enquanto os pré-natalistas firmam acordos prévios com as gestantes nos consultórios”, diferenciou.

Em relação ao pré-natal, Costa ressaltou que, nas consultas, as mulheres devem ser esclarecidas sobre as possíveis sobre as possíveis complicações que podem acontecer no trabalho de parto.

Foto: Teresina FM

“Caso haja um sangramento incontrolável, por exemplo, podemos decidir, durante o ato cirúrgico, realizar uma histerectomia de urgência, ou seja, retirar o útero para salvar a vida da gestante. Devemos fazer o que deve ser feito, de forma adequada, e comunicar tanto a paciente quanto seus familiares”, destacou.

O entrevistado apontou ainda que o termo “violência obstétrica”, embora rejeitado pelo Conselho Federal de Medicina (CFM), que o entende como “pejorativo”, representa o desrespeito cometido não somente pelos médicos, mas por qualquer funcionário do ambiente hospitalar, para com as vítimas.

“Acredito que o acesso à informação e a possibilidade de externar questões conflituosas que possam configurar abusos têm facilitado bastante as denúncias de condutas ilícitas nos hospitais. O CFM e os conselhos regionais não foram criados para proteger os médicos, mas para fiscalizar o exercício adequado da profissão”, concluiu.

Confira a entrevista completa no Jornal da Teresina 1ª Edição desta segunda-feira (18):

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