Excesso de burocracia e precariedade da estrutura da sede são outras reclamações dos usuários do plano de saúde
Matéria de Rodrigo Carvalho
Agência Nordestina de Notícias (ANN)
O plano de governo apresentado por Wellington Dias (PT) nas eleições para o governo do Piauí em 2018 continha um destaque voltado para a saúde no item 2.2, cujas propostas previam, por exemplo, a descentralização dos serviços de saúde.
No entanto, em nenhuma parte do documento estavam previstos investimentos e melhorias no Instituto de Assistência à Saúde dos Servidores Públicos do Piauí (Iaspi Saúde), o antigo Instituto de Assistência e Previdência Privada (Iapep).
A instituição é motivo de queixas constantes dos beneficiados, tais como Arthur Pedrosa, que reclama das constantes falhas no sistema. “Acho que o Iaspi, um convênio popular que atende tantas pessoas, poderia ser melhor. O sistema fica fora do ar o dia inteiro quando queremos agendar exames, é bastante caótico”, descreve.
Outra beneficiada, Joyce Nirvana, relata o excesso de burocracia no agendamento de consultas pelo Iaspi, além da constante desatualização do site do plano de saúde.
“Além da instabilidade, encontro dificuldades para marcar consultas; ou o número de telefone está desatualizado, ou os profissionais não atendem mais pelo Iapep, ou já estão aposentados ou falecidos, ou ainda algumas especialidades não são mais cobertas pelo plano”, elencou.
Em março deste ano, a reportagem da Teresina FM esteve na sede do Iaspi e conversou com a diretora Daniela Aita sobre as queixas registradas pelos usuários do plano.
Aita justificou as quedas no sistema como medidas do governo estadual para evitar a ação de hackers, além de apontar as chuvas intensas nos primeiros meses do ano como causa da instabilidade.
“Desde o início do ano vários sites institucionais, inclusive o próprio sistema do Ministério da Saúde, têm sido alvo de hackers. Por isso a Agência de Tecnologia e Informação (ATI) precisou retirar nosso site do ar, sem falar nas fortes chuvas que causaram prejuízo ao fornecimento de energia e às conexões de Internet”, pontuou.
Quanto às reclamações referentes às dificuldades na marcação de consultas e exames, a diretora esclareceu que o Iaspi possui uma receita limitada.
“Trabalhamos com recursos extremamente limitados, muito abaixo do valor de mercado dos planos privados até mesmo dentro do estado, com receita per capita em torno de 20%, então precisamos fixar um limite de consultas por mês e por ano”, afirmou.
Cinco meses depois, nossa reportagem voltou à sede do Iaspi. Em um período sem chuvas, as queixas relacionadas ao sistema e às consultas do plano de saúde persistiam.
Constatamos ainda que o prédio que abriga a instituição carece de melhor estrutura: o único elevador da sede está sem funcionar há três anos, relataram os próprios funcionários.
Tentamos ouvir novamente a direção do Iaspi Saúde, que nos informou que deveríamos antes formular nossas indagações à ouvidoria, a qual nos daria uma resposta entre 20 e 30 dias.
Essa é a primeira de uma série de cinco reportagens sobre os desafios do futuro governador do Piauí. Na terça-feira (13), você confere os impasses na inauguração da Nova Maternidade em Teresina.